20/11/2012 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
Audiência Publica na Comissão de Seguridade Social e Família

Tema: Avaliação das políticas publica de produção de alimentos e o uso dos agrotóxicos

Brasília, 06 de novembro
“Na sociedade que a gente quer, basta de violência contra a mulher”

Presidiram a mesa os deputados Nazareno Fonteles e Pe. João

Agradeço o convite para falar nesta comissão em nome do MMC e da Via Campesina. Saudação especial os companheiros da mesa aos presentes no plenário e aos deputados Nazareno e Padre João;

Primeiro quero registrar que existe uma diferença grande de conceito entre segurança alimentar e soberania alimentar, portanto, nossa defesa é pela soberania alimentar.

Não da pra falar de alimentação saudável e uso de venenos, sem primeiro colocar que sem Reforma Agrária e ainda mais com um imaginário de que Agricultura Camponesa e Agronegócio  podem conviver sem problemas, a meu ver, isto é impossível  nós defendemos a Agricultura Camponesa baseada nos princípios da Agroecologia, da Ref. Agrária, da biodiversidade de espécies de animais e plantas, com respeito à cultura local das comunidades seja camponesas, quilombolas, indígenas, assentamentos…

Defendemos um projeto de vida dos seres humanos, dos animais, da fauna, da flora, da água, do planeta se não repensarmos urgentemente nossas praticas cotidianas e este modelo capitalista que vale mais é o que vai para o mercado, não existe sustentação, já estamos vivendo situações de secas, enchentes desastrosas são sinais claros de que nosso planeta não agüenta mais, o agronegócio é o grande mal na agricultura  só traz doenças, expulsão dos povos do campo, os agroquímicos criando dependências cada vez maior dos adubos, das sementes transgênicas  dos agrotóxicos  e visam somente lucro, exportação, nós queremos terra para plantar comida e comida de boa qualidade, saudável para nós e para toda sociedade, este é nosso compromisso.

Estamos sentindo já o estrago que este modelo tem criado a todos nós com avanços de doenças, e no meio ambiente, no aprendizado de nossas crianças.

Para não dizer que só falei mal trago aqui, por exemplo, algumas políticas publicas interessante que contribuímos nos debates e nos enfrentamentos aqui nesta casa para avançar como:
– PAA;
– PNAE;
– Direito humano a alimentação.

Mas a ainda muitos entraves a serem vencidos, por isto, continuamos em luta, pois muitos são nossos desafios como, tem apoio para avançar com nossas experiências que estas sejam vistas como modelo de desenvolvimento não como mais uma experiência, queremos encher este pais de muitas destas iniciativas para isto temos que ter apoio, na Ref. Agraria, no credito, na assistência técnica  na comercialização direta e indireta, na valorização do trabalho das mulheres.

Desafios:
– Controle sobre as terras publica
– Controle as empresas de sementes e agrotóxicos

Muitos são os PLs aqui nesta casa que tratam deste assunto e muitos são maléficos ao povo brasileiro, portanto, temos que ver nesta casa, de quem temos apoio para abortar estes definitivamente. Estamos cansadas de sofrer derrotas foi à concessão de florestas publicas, foi a MP da grilagem na Amazônia  e por ultimo foi com a votação do novo Código Ambiental.

Proibição de propaganda de venenos nos meios de comunicação ou obrigar no final da propaganda dizer que este faz mal a saúde, provoca aborto, causa câncer entre outras doenças, outro dia no globo rural estava passando uma matéria interessante sobre agroecologia e no intervalo patrocínio do programa Bung, Monsanto, no mínimo tem que ser como cigarro e bebida dizer os males que provocam a saúde do povo.

Por ultimo repudiar o mandado de prisão ao Frei Gilvander por denunciar os altos índices de venenos no feijão da marca Unaí, e me coloco a disposição para o debate, muito obrigada.

Rosangela Piovizani Cordeiro,
Direção Nacional do MMC

MMC participa da I Assembleia CLOC – Via Campesina

As companheiras Adriana Mezadri e Maria Cavalcante, camponesas, integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas – MMC Brasil, somaram-se a cerca de 350 delegados e delegadas de 65 organizações camponesas, afrodescendentes e de povos indígenas de 23 países do Continente, na I Assembleia Continental da CLOC-Via Campesina, que aconteceu nos dias 17 a 22 de outubro de 2012, em Manágua/Nicarágua.

A Assembleia teve como finalidades reafirmar os compromissos do V Congresso, realizado em Quito (outubro de 2010), e analisar o atual contexto, reafirmar compromissos de luta e solidaridade com os povos que hoje sofrem a repressão e a violência com maior intensidade; além, de preparar a participação na VI Conferência Internacional da Via Campesina.

Adriana Mezadri destacou o trabalho das mulheres camponesas organizadas no Movimento de Mulheres Camponesas  – Brasil nos três principais eixos de luta, quais sejam: pelo fim da violência contra as mulheres;  pela construção de um novo projeto de agricultura agroecológico, visando a construção da soberania alimentar; e pela conquista e manutenção dos direitos relativos às mulheres.

Também frisou a realização do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas que irá acontecer de 18 a 21 de fevereiro de 2013, em Brasília/DF, onde são esperadas 3 mil mulheres camponesas para discutir as principais lutas do MMC e definir os rumos do movimento.

Dentre as conclusões da Assembleia destacam-se:

– o chamamento às organizações camponesas e populares da América Latina a reforçar os processos de luta e organização, avançando para a construção da sociedade digna e solidária.

– O avanço nas estratégias políticas e de luta para enfrentar os desafios presentes, consolidando nossa estrutura organizativa.

– Articular mobilizações permanentes e conjuntas em todos os níveis, para enfrentar os interesses das empresas multinacionais e seus mecanismos de controle, ao mesmo tempo em que buscamos construir um novo modelo de produção agrícola controlado pelos trabalhadores e camponeses e camponesas.

– Reforçar os vínculos entre a luta pela soberania alimentar e a defesa das sementes, da terra, da água e do território.

– Fortalecer a campanha pelo fim da violência contra as mulheres, cujo lema é “os camponeses e camponesas dizemos: Basta de Violência contra as Mulheres”.