10/12/2012 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
Campanha 16 dias de ativismo encerra revelando que violência contra a mulher aumentou

A campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher foi encerrada nesta segunda-feira (10), em Passo Fundo, com a Caminhada Lilás, que contou com a participação de mais de 100 mulheres. Elas se reuniram em frente ao Fórum e depois se deslocaram a pé até a Câmara de Vereadores, onde divulgaram dados da pesquisa “Percepção da violência contra a mulher”, realizada pelas Mulheres da Paz no município.

A pesquisa foi aplicada em 16 bairros de Passo Fundo com 195 mulheres. Entre os dados coletados foi apontado que 72% das entrevistadas registraram aumentou do grau da violência doméstica nos últimos anos e 53% já foram vítimas de violência. Em relação a Lei Maria da Penha, 97% das mulheres declararam conhecer a lei mas, 30% não conhecem as medidas que as protegem.

Para Nei Pies, da Comissão dos Direitos Humanos, os dados indicam que as medidas protetivas devem ser mais trabalhadas com a sociedade. Já a coordenadora da coordenadoria da mulher, Alessandra Moreira, acredita que toda a sociedade tem que denunciar procurando a Delegacia da Mulher. Desde o dia 20 de novembro, diversas atividades vinham sendo desenvolvidas na cidade como mobilização educativa para erradicação de todos os tipos de violência e pela garantia dos direitos humanos das mulheres.

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Jornalismo Rádio Uirapuru 
Crédito: Cris Jaqueline

Dia dos Direitos Humanos – Ato marca luta contra violência

16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher foi encerrado com a caminhada lilás

Mais de cem mulheres integrantes de grupos assistenciais estiveram concentradas em frente ao Fórum de Passo Fundo, ontem, dia 10 de dezembro, para uma mobilização de combate à violência contra a mulher. Conforme a presidente do Conselho da Mulher, Márcia Carbonari, a caminhada lilás é atividade de encerramento da campanha 16 dias de ativismo. “Nós estamos desde o dia 20 de novembro com atividades em Passo Fundo, justamente para denunciar a violência contra a mulher e também conscientizar as pessoas, para o combate e para que de fato a violência tenha fim”, afirma.

A passeata é o encerramento de diversas atividades realizadas ao longo dos dias, como exposições, mostras fotografias, palestras nos CRAS finalizando com a mobilização para chamar a atenção da sociedade.

Segundo dados da Delegacia da Mulher, entre 10 a 12 mulheres procuram a delegacia todos os dias para registrar algum tipo de ocorrência, um número considerado alto e alarmante, que chama atenção para a violência enfrentada pelas passo-fundenses. “Sem contar com aquelas mulheres que não vão buscar ajuda, que estão no silencio. Nós consideramos que é muito grave a situação da mulher em Passo Fundo, por isso estamos em caminhada para cobrar das autoridades, dos órgãos públicos providencias para se combater, porque não é só a vítima que perde com a violência, toda a sociedade perde com a violência contra a mulher”, afirma Márcia.

(Centenas de mulheres levaram bandeiras e faixas para as ruas do centro Situação da violência em Passo Fundo é preocupante, segundo autoridades Manifestação ficou em frente ao Fórum, onde os casos acabam sendo julgados / Foto: Jéssica França)
A promotora legal popular Mariniza dos Santos também participou da manifestação. “Estamos na caminhada por um motivo muito justo, que é o fim da violência contra mulher. Temos que dar um basta nisso, há muito tempo estamos buscando isso como mulheres, como sociedade. Nesses 16 dias de ativismo feito por companheiras de todo o Brasil e do mundo todo, estivemos unidos buscando a libertação das mulheres e da não violência”, afirma.

Avaliação

Conforme o relatório, Passo Fundo é uma das cidades mais violentas do RS, por isso o movimento das mulheres é importante para que a sociedade possa dizer que não quer mais vitimas de violência. “Não queremos isso para nós, nem para nossas filhas, temos que acabar com isso e só poderemos lutando juntas”, afirma Márcia.

A Caminhada teve o objetivo de sensibilizar a comunidade e cobrar dos órgãos públicos ações concretas para que a violência contra a mulher tenha fim. A cidade está em segundo lugar no estado em número de ocorrências de violência contra a mulher, essa realidade requer a existência de uma rede de atendimento e proteção capaz de garantir os direitos das mulheres.

Com o slogan "Violência contra a mulher, essa marca tem que ter fim: Comprometa-se", as mulheres do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Coordenadoria da Mulher e secretarias municipais, Delegacia da Mulher e Mulheres da Paz, Movimento das Mulheres Via Campesina estiveram empunhando a bandeira pela causa feminina.

As Mulheres da Paz das quatro regiões do município estiveram fazendo um mapeamento da situação enfrentada na cidade, após a caminhada as manifestantes seguiram para a Câmara de Vereadores para apresentação do documento.

(Redação Passo Fund/DM) 
redacao@diariodamanha.net

Caminhada pelo fim da violência contra a mulher

Atividade marcou ainda, o Dia Mundial dos Direitos Humanos, celebrado ontem, 10/12

A programação dos 16 Dias de Ativismo terminou ontem à tarde, em Passo Fundo, com a caminhada Lilás e apresentação dos resultados da pesquisa  “A percepção da violência contra a mulher”. A atividade marcou ainda, o Dia Mundial dos Direitos Humanos, celebrado ontem, dia 10 de dezembro.

Aproximadamente 100 mulheres, representando diversos movimentos sociais  de Passo Fundo,  e também da região, entre eles o projeto Mulheres da Paz, Conselho Municipal da Mulher, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Sarandi, Não Me Toque, Ibiaçá, Pontão e  Trindade, se reuniram em frente ao fórum. Por volta   das 15horas, elas  partiram pela avenida Brasil em direção à Prefeitura Municipal.

“A Caminhada tem  o objetivo de sensibilizar a comunidade e cobrar dos órgãos públicos ações concretas para que a violência contra a mulher tenha fim”, explicou a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim), Márcia Carbonari.

Levantamento realizado pela Delegacia da Mulher coloca Passo Fundo como a segunda cidade do Estado com maior número de registro de violência contra a mulher. A média é de 10 ocorrências por dia.

Na Câmara de Vereadores, as mulheres apresentaram o resultado da pesquisa “Percepção da Violência contra a mulher”. Um trabalho realizado pelas 200 integrantes do Mulheres da Paz. Entre os meses de setembro e outubro,  elas entrevistaram 495 famílias moradores dos bairros incluídos no programa. Através de um questionário com 49 questões, identificaram o problema como uma questão pública, que precisa de um comprometimento da sociedade. Os entrevistados avaliaram positivamente o papel da Delegacia da Mulher, por outro lado, demonstraram a necessidade de avanços em outros órgãos como a Polícia Civil e Judiciário.

“O estudo mostrou ainda que muitas mulheres deixam de denunciar seus agressores principalmente pelo medo e pela dependência econômica” revela Márcia.

Durante os 16 Dias de Ativismo, que começou em 20 de novembro, as entidades realizaram exposição de obra de arte, mostra fotográfica, com material produzido nos bairros pelas próprias Mulheres da Paz, palestras, oficinas, além da entrega de material da campanha e exemplares da Lei Maria da Penha.

Protesto pela morte da filha

Segurando um banner com a foto da filha, Silvia Miranda, 36 anos, Ortelina Brigida de Miranda, 64 anos,  liderou a caminhada das mulheres. Silvia foi morta com um golpe de canivete desferido pelo genro, enquanto tentava defender a filha. O crime aconteceu no final de outubro. Integrante do projeto Mulheres da Paz, Silvia era uma referência no bairro Jaboticabal, onde morava desde a infância, pela luta e combate à violência contra as mulheres.  “Participo de todas as atividades para mostrar o que fizeram com ela e que a justiça seja feita” disse emocionada.

Créditos: Gerson Lopes/ON