22/09/2014 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
MMC
Acusado de ser o mentor de estupro coletivo vai a júri dia 25 de setembro
#Somos todas mulheres de Queimadas/PB
Na próxima quinta-feira, dia 25 de setembro acontecerá o júri de Eduardo dos Santos Pereira, o acusado de ser o mentor da barbárie ocorrida em Queimadas/Paraíba em fevereiro de 2012. Nesta lamentável ocasião, cinco mulheres foram estupradas por dez homens – dentre eles três adolescentes. Duas delas foram assassinadas por reconhecerem os estupradores: Isabela Pajuçara (27 anos) e Michelle Domingos (29). O crime foi “oferecido” por Eduardo a seu irmão Luciano como presente de aniversário e planejado com ao menos uma semana de antecedência, havendo o conhecimento de todos os homens envolvidos. Um típico enredo de filme de terror: foram compradas cordas, fitas adesivas, máscaras entre outros acessórios para a tortura e destruição física dessas mulheres.
Ainda em 2012, seis dos autores foram condenados por estupro, cárcere privado e formação de quadrilha, a uma pena que se fosse somada corresponderia a 186 anos de prisão e os adolescentes envolvidos iniciaram o cumprimento das respectivas medidas sócio-educativas. O último réu a ser julgado é Eduardo dos Santos Pereira, acusado de ter sido o idealizador do crime e executor das vítimas assassinadas.
Estupros coletivos como o acontecido na em Queimadas/PB são manifestações extremas do machismo. Desde então, infelizmente, outras notícias de violências deste tipo continuaram a aparecer na mídia: a acusação da Banda New Hit na Bahia, os casos ocorridos na Índia, entre outros tantos. Além disso, o contexto de violência contra as mulheres na cidade de Queimadas é crítico; no mesmo ano ocorreu o estupro e assassinato da estudante Ana Alice de Macedo (16 anos).
Desde que a Marcha Mundial das Mulheres começou atuar no caso – há dois anos e meio – verifica-se relatos constantes de uma cultura de violência combinada com silêncio e medo em Queimadas/PB; exemplo disso é que ainda hoje as famílias das vítimas são hostilizadas na cidade por pessoas ligadas aos autores do crime. Existe um discurso violento e depreciativo que busca legitimar essa barbárie, ao sugerir que as vítimas fossem prostitutas ou que mereceriam o acontecido por simplesmente terem comparecido à suposta festa de aniversário num domingo à noite!
Apesar da pouca atenção da imprensa, os movimentos feministas e de mulheres foram fundamentais para dar visibilidade ao caso, pressionar e demonstrar a indignação diante da violência contra as mulheres, fato reconhecido pelas famílias das vítimas.
Em memória das mulheres brutalmente assassinadas e em defesa da vida de todas nós, é importante que este crime não seja esquecido, e gritemos ao mundo que jamais permitiremos que a violência contra as mulheres seja naturalizada. Para isso, as mulheres pedem que todas e todos possam utilizar as redes sociais dizendo #SOMOS TODAS MULHERES DE QUEIMADAS.
Vamos denunciar o caso e exigir justiça para as mulheres de Queimadas!
Neste dia 25 de setembro será julgado o mentor do estupro coletivo ocorrido na cidade de Queimadas no estado da Paraíba. Há dois e sete meses, os paraibanos e as paraibanas se viram diante de um crime de extrema violência contra as mulheres do agreste paraibano. O crime aconteceu no dia 12 de fevereiro de 2012. Em pleno carnaval, cinco mulheres foram atraídas para um aniversário, que se transformou, numa cena de crime bárbaro de estupro e assassinato de 2 mulheres, Isabela Pajuçara e Michelle Domingos. O crime foi minuciosamente planejado por 10 homens, entre eles três menores de idade, o que chocou e ainda choca a população brasileira e mundial.