Nota de repúdio e Solidariedade.
Causa-nos revolta, dor e muita tristeza os acontecimentos sobre os atentados e mortes dos povos indígenas em Mato Grosso do Sul. De lá vem notícias de que, mais uma vez esses povos estão sendo alvo de violência que expande-se dia após dia, vulnerabilizando e dizimando essas populações.
O pano de fundo continua sendo a luta pela terra, dado que a população indígena vive confinada em diminutas parcelas e as ações contra as demarcações de territórios indígenas são constantes, uma vez que, em nosso país, o poder das forças dominantes e do próprio governo está a serviço dos mais ricos e, quem sofre as consequências dos conflitos são as comunidades indígenas e suas lideranças que acabam assassinadas, ameaçadas, espancadas, perseguidas e presas.
O Movimento de Mulheres Camponesas, reunidas durante o Seminário de Saúde da Mulher, nos dias 31/08 a 03/09 no Conselho Indigenista Missionário, em Luziânia-GO- DF vem a público manifestar a sua solidariedade e denunciar o genocídio sistemático praticado pelo agronegócio contra esses povos indígenas. Nas últimas décadas, essa população tem sofrido ataques contínuos dos fazendeiros, numa ação violenta dos governos estadual e Federal e, consequentemente a omissão do poder judiciário. A situação é insustentável: ou o governo brasileiro demarca, isto é, devolve aos povos indígenas seus territórios tradicionais (Tekohas) ou protagonizará o maior genocídio da história contemporânea.
Nós, mulheres camponesas que lutamos pela soberania alimentar e a garantia de uma vida plena de diversidade cultural, sem violências, abusos e mortes, reconhecemos que a terra pertence àqueles que nela vivem. Nesse sentido, reafirmamos ainda, a urgência de que o Estado reconheça os direitos dos indígenas, garantindo a sua integridade física, social, cultural e econômica, a proteção do seu território e de seus recursos naturais, aplicando para tal a legislação nacional e internacional. Movimento de Mulheres Camponesas. Setembro de 2015. Luziânia- GO- DF.