03/11/2016 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
Organizações da Via Campesina no Rio Grande do Norte se posicionam em defesa da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte

No Rio Grande Norte, organizações do campo que integram a Via Campesina, emitem nota de repúdio ao clima privatização da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, que tem sido construído, pelo Tribunal de Justiça/RN e o Governador Robson Farias (PSD) e se solidarizam com servidores, docentes e estudantes, apontando sua função social como inquestionável.

Tendo como plano de fundo um cenário de golpe parlamentar, jurídico e midiático, os movimentos se posicionam que a estratégia do projeto de sociedade, tem que manter os direitos fundamentais como a educação pública como horizonte, e que a educação não é “gasto”, nem mercadoria.  

Muitos dos mais de 15 (quinze) mil estudantes dessa instituição são filhos e filhas de camponesas e camponeses, muitos dessa juventude faz parte da primeira geração da família que teve acesso ao ensino superior e essa é uma conquista da qual não podemos abrir mão, destaca a nota.

 

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA, VIA CAMPESINA/RN EM DEFESA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

Nós, organizações do campo, da Via Campesina do Rio Grande do Norte, vem a público se posicionar e repudiar a proposta de privatização da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), feita na última segunda-feira (31/10) pelo presidente do Tribunal de Justiça/RN, pelo Desembargador Cláudio Santos, proposta essa que vem sendo apresentada por vários outros aliados do governador Robinson Faria.

Compreendemos, que essa ação não é isolada, mas faz parte do atual cenário político composto por um Governo Federal ilegítimo, fruto de um golpe parlamentar, jurídico e midiático contra a classe trabalhadora e sua corja de vendidos ao grande capital internacional, se ratificando com propostas como esta de privatizações de patrimônios públicos, que serão cada vez mais recorrentes e surgirão aos montes em todos os estados sob desculpas falaciosas de controle de “gastos”, mas que na verdade são propostas para suprimir direitos, tendo em vista que o dinheiro para empresas, para bancos e outros capitalistas são mantidos intactos.

A Via Campesina do RN, entende que medidas como esta só podem ser compreendidas num contexto de golpe que tem por interesse desonerar a responsabilidade do estado em ofertar educação pública, gratuita e de qualidade, às camadas mais empobrecidas, papel esse, que a UERN vem cumprindo: o de formar filhas e filhos da classe trabalhadora, em especial àqueles que vivem nos interiores do estado, regiões majoritariamente, semiárida, aonde a educação historicamente é negada.

Muitos dos mais de 15 (quinze) mil estudantes dessa instituição são filhos e filhas de camponesas e camponeses, muitos dessa juventude faz parte da primeira geração da família que teve acesso ao ensino superior e essa é uma conquista da qual não podemos abrir mão.

Nesse sentido, reconhecemos sua função social como inquestionável, entendemos que a saída para a crise no RN e no Brasil é atacar os reais responsáveis pela crise, é investir mais na educação pública e de qualidade, é melhorar as condições precárias das instalações da UERN, é possibilitar condições dignas de trabalho as servidoras e servidores, direitos fundamentais, consagrados na nossa Constituição Federal de 1998. Precisamos na verdade ampliar os cursos da UERN, mais cursos e mais vagas, pois o RN precisa de mais pessoas qualificadas para o trabalho e para o exercício da cidadania. Portanto, nos posicionamos na defesa da UERN, em defesa da luta das e dos docentes, técnicas, técnicos, das e dos estudantes que compõe esta Universidade e a disposição para as lutas.

 

PARA UM ESTADO MELHOR DE VIVER, EDUCAÇÃO DO ESTADO É DEVER!

EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!

NENHUM DIREITO A MENOS!