13/09/2017 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
Mulheres camponesas participam do X Congresso Brasileiro de Agroecologia

Por Adriana Dantas

O primeiro dia do VI Congresso Latino-americano de Agroecologia,  X Congresso Brasileiro de Agroecologia e do V Seminário de Agroecologia do Distrito Federal e Entorno, iniciados no dia 12 de setembro, foram marcados pela lindeza de ocupação dos movimentos sociais com a mística de abertura e durante todo o dia, com falas que ressaltaram a dissociação da Luta Agroecológica da Luta Feminista. Sem Feminismo, não há Agroecologia!

Ainda durante a manhã, aconteceu a mesa e conferência de Abertura, tendo como destaque  a grande representatividade do saber agroecológico quanto ciência e conhecimento empírico traduzidos nos envios de mais de 2.500  trabalhos, mais de 60 filmes com experiências agroecológicas e mais de 80 barracas na feira demonstrando a força e o avanço da Agroecologia.

Na parte da tarde houve diversas atividades paralelas e o MMC, representado por Michela Calaça, esteve colaborando no debate da Mesa Redonda: Feminismo e Agroecologia Mulheres em luta contra a Violência sexista o capitalismo e o Patriarcado. No inicio da sua fala, Michela trouxe alguns números da violência contra a mulher, dizendo que, a cada hora, 503 mulheres são agredidas e que por dia são assassinadas 13 mulheres em média. Diante dos números, o debate sobre a violência é mais que necessário e lembra, ainda, que as violências ocorridas contra as mulheres no campo não chega nem a entrar nessa estatística. Ressalta que a violência contra a mulher não é um dado isolado, ela é sistêmica e funcional, pois só funciona a partir da exploração dos trabalhadores e duas vezes mais sobre a exploração do trabalho da mulher.

Participação do MMC no primeiro dia do VI Congresso Latino-Americano

Entender o sistema em que se vive é extremamente importante para o combate à violência contra a mulher, seja física, psicológica ou moral, pois a desvalorização do trabalho da mulher também é uma violência, assim como o avanço do agronegócio e mineração nos territórios, ressalta Michela.

Desta forma, a construção da Agroecologia é uma das formas de enfrentamento ao Capitalismo e, para isso, o Movimento de Mulheres Camponesas acredita que os pilares fundamentais nesta construção estão na auto-organização das mulheres e na Campanha permanente de Basta de violência contra a mulher. Sem Feminismo não há Agroecologia, na prática!

O congresso estará ocorrendo até o dia 15 em Brasília e tem como tema: “Agroecologia na transformação dos sistemas Agroalimentares na América Latina, Memória, Saberes e Caminho para o Bem viver”.

 

SEM FEMINISMO, NÃO HÁ AGROECOLOGIA