O Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) se solidariza com as e os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ameaçadas/os pelo despejo do Acampamento Quilombo Campo Grande, na área da antiga sede da Usina Ariadnópolis, na cidade do Campo do Meio, região Sul de Minas Gerais.
Acompanhamos com imensa preocupação a ação repressiva do Estado, intimidando mulheres, homens, jovens, crianças e idosos, colocando em risco de vida trabalhadoras e trabalhadores. Para nós essa é uma demonstração de irresponsabilidade sem limites e da ação genocida do governador Romeu Zema (do Partido NOVO). Claramente alinhado às políticas fascistas e neoliberais do governo federal, Zema atua para promover o terror no campo violando os direitos humanos e despejando aqueles que constroem educação e produzem alimentos saudáveis na região.
Todo despejo é um ato de extrema covardia, mas nesse período em que milhares de pessoas estão morrendo em consequência da pandemia causada pelo coronavírus, essa ação truculenta coloca trabalhadoras e trabalhadores em risco de contaminação pela COVID19, o que provocará um alastramento de um vírus altamente perigoso, se tornando um crime e um atentado à vida.
Os recursos usados para essa operação policial deveriam ser investidos para salvar vidas e não para despejar trabalhadoras e trabalhadores que com trabalho diário têm produzido alimentos saudáveis que abastecem não só as famílias, mas toda a cidade. Governador Zema com essa atrocidade demonstra claramente que sua preocupação não é com a vida das pessoas, mas com atender demandas do capital.
O Movimento de Mulheres Camponesas se soma às muitas vozes de apoio e solidariedade que denunciam essa violência extrema. Seguiremos pressionando o governador Romeu Zema para agir como um representante do Estado, ordenando para o cancelamento dessa ação autoritária, truculenta e acima de tudo profundamente desumana.
Neste momento tão difícil vivenciado no Brasil defendemos o direito à saúde, à moradia, o acesso à terra, à educação, pois entendemos que essas são as únicas formas de salvar vidas. Nos solidarizamos com as mulheres, homens, jovens, crianças e idosos que através da luta e de muito trabalho têm construído uma vida mais digna. Defendemos que a terra esteja nas mãos de quem nela planta alimentos saudáveis, promove vida e dignidade.
Em nome do MMC recebam nossa solidariedade em defesa dos direitos e da vida, pois para nós A VIDA DO POVO ESTÁ EM PRIMEIRO LUGAR!
Movimento de Mulheres Camponesas – 14 de agosto de 2020