10/06/2021 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
BOLSONARO E A FOME NO BRASIL

Camponesas denunciam: além da Covid 19, Bolsonaro espalha a pandemia da fome

 

Justina Cima, Catiane Cinelli, Sandra M. da Rocha Rodrigues e Adriane Canan*

 

É importante começar dizendo: é a agricultura camponesa e familiar quem alimenta o povo brasileiro. Cerca de 70% dos alimentos diversificados que chegam às mesas da população vêm da produção das camponesas e dos camponeses. Com apenas perto de 2,3% das terras agricultáveis no país, o campesinato, junto ao povo das florestas e das águas, produz o verdadeiro alimento que chega às feiras, aos espaços de acesso à população. Se fizermos um recorte de gênero e raça/etnia ao dado de 2,3%, ampliamos ainda mais o entendimento do lugar que ocupam mulheres e povos tradicionais na produção de alimentos diversificados, mesmo em espaços ainda mais reduzidos: mulheres e pessoas não brancas têm ainda menos terras, mas seguem produzindo com variedade e no caminho da agroecologia como modo de vida e projeto de sociedade, no caminho da comida de verdade e da soberania alimentar.

 

Destacamos, com toda a veemência, que não é o agronegócio quem alimenta o povo com suas monoculturas. O agronegócio alimenta o próprio bolso, avança, junto à mineração e aos grandes empreendimentos do capital, com sanha voraz e com muita violência sobre os territórios camponeses, indígenas e quilombolas, querendo ampliar ainda mais seus lucros, plantando, colhendo e exportando commodities. E envenenando o Brasil. É do lado do agronegócio, e só dele, que está o atual governo GENOCIDA brasileiro. Se eles propagam o “aumento do PIB” gerado pelo avanço do agronegócio, nós denunciamos o AUMENTO DA FOME gerado por suas políticas voltadas apenas para o grande capital.

 

 

O povo não come PIB ou commodities, o povo precisa de comida de verdade! Dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no contexto da pandemia da Covid-19 em nosso país apontam que 19,1 milhões de pessoas passaram fome e 55% não se alimentavam adequadamente no final de 2020. E vejam que no mesmo período o agronegócio festejou recorde de grãos e crescimento de 5,7% em relação à safra anterior.

 

Nós, mulheres camponesas, direto de nossos quintais e roçados produtivos em todo o país, onde cultivamos a diversidade e cuidamos das sementes crioulas construindo um futuro sem fome e com soberania alimentar, denunciamos o governo Bolsonaro e salientamos o impacto de sua necropolítica, tanto na gestão da pandemia quanto do alimento para o povo, sobre a vida das mulheres trabalhadoras do campo, das águas, das florestas e das cidades. Continuamos produzindo e muito foi doado às populações mais fragilizadas. Resistimos também a partir da produção de alimentos. Nesse período da pandemia, as mulheres camponesas foram duramente afetadas no que se refere à renda, pois as vendas diretas às/aos consumidoras/es e as feiras livres, que são as grandes responsáveis pela renda das mulheres, foram inviabilizadas sem que fossem construídas formas de colocar nossa produção a serviço de quem precisa. Mas nós optamos, ao contrário do agronegócio, pela solidariedade.

 

As camponesas e os camponeses do Brasil expressaram a solidariedade de classe de diversas formas: na doação de alimentos, na confecção e doação de máscaras, produtos de higiene e limpeza, na partilha de saberes sobre o uso das plantas medicinais e chás, das receitas fortalecedoras da imunidade, preparos de pratos mais nutritivos. Ao mesmo tempo, atuamos politicamente na pressão por políticas públicas emergenciais para o campo continuar produzindo alimentos.

 

Desde o começo da pandemia, em 2020, nós dos movimentos populares do campo, dos partidos de esquerda e do movimento sindical da agricultura familiar atuamos para enfrentar a crise alimentar, a pandemia da fome que já apontava. A Lei Assis Carvalho (PL 735/2020), construída pela maioria das organizações que representam as trabalhadoras e os trabalhadores do campo, das florestas e das águas, possibilitava a ampliação da produção de alimentos saudáveis a partir de crédito e fomento, dando ênfase ao trabalho das mulheres e com políticas específicas para nossa produção, como também garantia de que o auxílio emergencial pudesse chegar à agricultura camponesa, aos indígenas e quilombolas. Aprovamos no Congresso Nacional, depois de muita luta, mas Bolsonaro vetou praticamente todos os itens da lei, o que a impediu de ser um instrumento real de combate à fome.

 

Em 2021, como continuidade da luta, propusemos com o mesmo conjunto de sujeitas e sujeitos políticos e sociais do campo, o Projeto de Lei Assis Carvalho II (PL823/2021). Neste momento estamos pressionando para aprovar com urgência no Congresso, mas sabemos da dificuldade pela complexidade política que enfrentamos, com uma base bolsonarista ligada ao capital, ao agronegócio, e com a possibilidade de veto caso chegue à avaliação de Bolsonaro. Por isso, reafirmamos: se, mais uma vez, nossos esforços por garantir políticas públicas de enfrentamento à fome e à insegurança alimentar forem barrados, só aumenta a força de nossa denúncia constante: Bolsonaro incentiva a pandemia da fome! Se os preços não param de subir, se a fome aumenta, se a carestia atinge o povo em cheio, principalmente as mulheres trabalhadoras urbanas e do campo, existe um culpado e uma estrutura que o mantém no poder.

 

Nossa luta e resistência é camponesa, feminista e popular e denunciaremos todos os dias, somando às vozes de toda a classe trabalhadora: Bolsonaro não preveniu vacina e também não previne alimento! Bolsonaro quer a pandemia da Covid 19 e também a pandemia da fome! Nós, camponesas e camponeses, lutamos pela VIDA do povo produzindo alimentos saudáveis e exigindo políticas públicas a serviço da classe trabalhadora, defendendo o SUS e as conquistas históricas do povo! Exigimos #VacinaNoBraço e #ComidaNoPrato. Para nós, a vida do povo deve estar sempre em primeiro lugar!

 

 

*Pelo Movimento de Mulheres Camponesas (MMC Brasil)
Junho de 2021

MMC realiza JORNADA NACIONAL SEMENTES DE RESISTÊNCIA e denuncia a falta de apoio do governo Bolsonaro na produção de alimentos diversificados do campesinato

A Jornada Nacional abre no sábado, dia 22 de maio, DIA INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE, às 19 horas, e vai até o dia 28. “Se falta alimento e tem gente passando fome, é culpa de Bolsonaro e sua política de morte para classe trabalhadora”, salientam.

 

Camponesas de várias regiões vão debater e refletir com o campo e a cidade a importância da luta do campesinato pela preservação da biodiversidade na Jornada Nacional Sementes de Resistência, de 22 a 28 de maio. As atividades da jornada abrem no sábado, 22, às 19 horas, com a live “Sementes da biodiversidade”. A Campanha Nacional Sementes de Resistência: Camponesas Semeando Esperança, Tecendo Transformação, iniciada em 2020 pelo Movimento, será destaque.

 

“Somos sementes da biodiversidade em cada espaço onde estamos em todo o país. Resgatamos as sementes crioulas, cuidamos, melhoramos, compartilhamos. Somos guardiãs da biodiversidade em nossos quintais e roçados, vamos compartilhar essas experiências nesta semana de Jornada Nacional”, explica Maria Lucivanda Rodrigues da Silva, dirigente nacional do MMC.

 

Ela enfatiza que as mulheres camponesas de todo o país estão organizadas nas ações de solidariedade de classe, produzindo alimentos com respeito à vida e à natureza. “Mesmo com a pandemia, a gente continua produzindo nossos alimentos e denunciamos a falta de assistência para produção camponesa e familiar deste DESgoverno que está aí na presidência. Se falta alimento e tem gente passando fome, é culpa de Bolsonaro e sua política de morte para classe trabalhadora”, diz Maria Lucivanda.

 

Luta cotidiana pela biodiversidade 

 

Com lives diárias de 22 a 28 de maio, sempre às 19 horas, as camponesas organizadas no MMC pretentem mostrar como atuam cotidianamente na prática da agroecologia como modo de vida e projeto de sociedade, agindo na preservação da biodiversidade de nosso planeta. “As camponesas vão ocupar os espaços da Jornada Nacional também para denunciar o governo de Jair Bolsonaro que desde seu início vem destruindo a biodiversidade em nosso país, ‘passando a boiada’, destruindo e incendiando biomas, saqueando a Amazônia e tirando os territórios dos povos do campo, das águas e das florestas, que são quem preserva a vida em todos os seus sentidos”, salienta a direção do Movimento.

 

Recursos para produzir alimento saudáveis 

 

O MMC vem lutando por recursos desde 2020, no conjunto da Via Campesina e com o chamado campo unitário de organizações ligadas à produção de alimentos da agricultura familiar e camponesa. “O PL 735, a Lei Assis Carvalho, construída para garantir recursos para produção de alimentos, foi aprovado em março do ano passado no Congresso Nacional, mas Bolsonaro vetou. Mesmo sabendo que o campesinato produz mais de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira, o governo Bolsonaro investiu apenas no agronegócio da exportação e do veneno”, aponta a dirigente do MMC Maria Lucivanda.

 

Neste momento, os movimentos e organizações do campo estão na luta pela aprovação no Congresso Nacional do PL 823/2021, a Lei Assis Carvalho II, e apontam que só com a produção camponesa é possível reverter o quadro de fome que se intensifica no Brasil. “As próximas semanas serão de muita luta e denúncia: Bolsonaro quer a também a pandemia da fome! Não preveniu com vacina para a Covid e também não investe em produção de comida para o povo”, denuncia a camponesa.

 

O Movimento de Mulheres Camponesas vai destacar nas atividades da jornada que a falta de investimentos na produção de alimentos impacta diretamente e principalmente na vida das mulheres do campo e da cidade. “O PL 823 nos ajudaria a continuar produzindo alimentos, o que significaria a derrubada da inflação, com o aumento da produção camponesa agroecológica, dando acesso para mais gente ter comida na mesa e combatendo diretamente a fome em nosso país. Nossa jornada acontece no marco desta luta e trazendo nossa campanha de sementes como anúncio de esperança e denúncia dessa política da morte implantada por Bolsonaro e seu governo”, complementa Maria Lucivanda.

 

As lives serão transmitidas durante a semana (de 22 a 28 de maio), no horário das 19 horas (Brasília), pelas páginas do facebook e no youtube do movimento: 

 

Facebook: @mmcnacional

 

Youtube: https://www.youtube.com/user/videosmmcbrasil

 

Acompanhe programção completa

 

22/05 (sábado) – LIVE de abertura da jornada: “Sementes da Biodiversidade” – 19h

 

23/05 (domingo) – ESPAÇO CULTURAL: “Jovens Sementes” – 19h

 

24/05 (segunda) – CINE DOC: “Semeadoras – As faces do MMC no Oeste de Santa Catarina” – 19h

 

25/05 (terça) – ESPAÇO RESISTÊNCIA: “Sementes na luta antirracista” – 19h

 

26/05 (quarta) – LIVE JUVENTUDE: “Jovens Sementes – esperança e resistência” – 19h

 

27/05 (quinta) – CINE DOC: “Mulher da Mata Atlântica” – 19h

 

28/05/2021 (sexta) – LIVE de encerramento da Jornada: “Mulher, Semente e Saúde” -19h

 

Nota em Solidariedade ao Povo da Colômbia

Nós, mulheres organizadas no Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), nos solidarizamos com o povo colombiano que se coloca na luta em defesa de seus direitos e da vida, contra os ataques do Estado. Repudiamos o uso da violência e das forças armadas pela representação governamental de ultradireita de Iván Duque, um governo que tem atacado brutalmente lideranças camponesas e operárias que formam a classe trabalhadora do país.

 

O povo organizado na Colômbia, nos últimos dias, tem saído às ruas na reivindicação de seus direitos e defesa da vida. A luta é contra a anunciada reforma tributária, que esmaga os pobres e aumenta a desigualdade social no país.

 

Em meio a uma das maiores crises sanitárias mundiais, evidenciada pela pandemia da COVID 19, em que milhares de pessoas perderam a vida e tantas outras estamos à mercê de sermos infectados/as, nossa América Latina vem sofrendo severos golpes pela extrema direita no poder dos países, que em seus projetos de sociedade desconsideram a população mais pobre, a classe trabalhadora do campo e da cidade. O governo colombiano, bem como o do Brasil, nada tem feito pelo povo.

 

A classe trabalhadora tem sido atacada de diversas formas, com a falta de assistência em saúde, com as reformas trabalhistas, com os cortes de orçamentos para gastos públicos, sem vacina e sem comida. Esses são ataques que implicam exploração e afronta direta contra a classe trabalhadora. Vivenciamos o esmagamento dos pobres e a dominação sobre as riquezas naturais com uma lógica produtivista infundada, que demonstra uma crueldade desmedida do governo.

 

Denunciamos todas as ações que já deixam registro de centenas de feridas e feridos, mais de 726 prisões arbitrárias, mais de 27 mortes, seis atos de violência sexual e abuso de uso de força policial. Todos esses dados não podem passar despercebidos enquanto o povo colombiano clama por direitos. Exigimos respeito à vida de cada colombiano e colombiana e nos solidarizamos com essa luta contra o governo de Iván Duque. Não vamos nos calar!

 

A vida do povo em primeiro lugar!

 

Viva a luta do POVO COLOMBIANO!

 

Viva a América Latina!

 

Fora Iván Duque!

 

Movimento de Mulheres Camponesas – Bras

Lançamento do livro “Feminismo Camponês Popular: reflexões a partir de experiências do Movimento de Mulheres Camponesas” acontece em live no dia 10 de fevereiro, às 19h30

É das próprias camponesas a escrita que está chegando às mãos de leitores e leitoras no livro Feminismo Camponês Popular: reflexões a partir de experiências do Movimento de Mulheres Camponesas. Em parceria com a Editora Expressão Popular, através do selo Outras Expressões, a publicação é mais uma conquista da luta das camponesas organizadas no MMC, mulheres que ousam, a partir do campo, teorizar sobre suas próprias histórias e ocupar os antes tão restritos e patriarcais espaços teóricos acadêmicos e da luta na base. 

 

De acordo com as camponesas, trata-se de uma conquista que começou com o primeiro passo: lutar para sair de casa e do anonimato e se organizar coletivamente. Uma conquista que passa pela luta intensa pelo reconhecimento das agricultoras como sujeitas de direitos, como a aposentadoria, o salário-maternidade e a documentação pessoal, até a afirmação da agroecologia feminista camponesa popular como modo de vida e projeto de sociedade. Elas salientam a importância de um Movimento que hoje já está organizado em 16 estados brasileiros, faz parte da Coordenadoria Latino-Americana das Organizações do Campo (CLOC) e da Via Campesina Internacional, sendo um dos movimentos autônomos de mulheres dentro das lutas do campo.

 

As autoras destacam: “O presente livro traz nossas concepções sobre o Feminismo Camponês Popular a partir das experiências e reflexões vivenciadas no MMC. A elaboração foi uma construção coletiva, trazendo a história do MMC, mas também a vida, organização, formação e lutas de nós militantes que ousamos contribuir na escrita dos textos, motivadas por uma mística emancipadora. Temos a certeza da contribuição deste livro para com a nossa organização, a nossa reflexão e para a continuidade no fortalecimento do MMC, como também para a construção das lutas unitárias da classe trabalhadora”.

 

Diversidade de olhares
 

Em 13 capítulos as camponesas nos convidam a percorrer a trajetória que carrega a diversidade das mulheres do campo no Brasil. Os capítulos se dividem em: MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS: VEREDAS DE MUITAS HISTÓRIAS, de Carmen Lorenzoni, Iridiani Gracieli Seibert e Zenaide Collet; A LUTA DAS MULHERES CAMPONESAS: DA INVISIBILIDADE PARA SUJEITOS DE DIREITOS, de Ana Elsa Munarini, Catiane Cinelli e Rosangela Piovizani Cordeiro; MULHERES INDÍGENAS: EM DEFESA DO TERRITÓRIO E DA IDENTIDADE, de Edcleide da Rocha Silva, Gabriela Maria Cota dos Santos, Glaciene Vareiro Pereira e Margarida de Oliveira dos Santos; AS LIGAS CAMPONESAS E A LUTA QUE MARCA OS MOVIMENTOS ORGANIZADOS DO CAMPO, de Edcleide da Rocha Silva e Déborah Murielle Sousa Santos; FEMINISMO CAMPONÊS E POPULAR: UMA ABORDAGEM ANTIRRACISTA, por Itamara Almeida e Cleidineide Pereira de Jesus; AGRICULTURA CAMPONESA E AGRONEGÓCIO: MULHERES EM RESISTÊNCIA, de Clara Regina Medeiros de Lima e Glaciene Vareiro Pereira; SEMENTES DE RESISTÊNCIA: CAMINHOS PARA A PRODUÇÃO DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS, de Edcleide da Rocha Silva e Ana Claudia Rauber; ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL: SOMOS O QUE COMEMOS!, de Maria Cavalcanti, Maria Lucivanda Rodrigues da Silva e Noemi Margarida Krefta; DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO, de Isaura Conte, Michela Calaça e Noeli Welter Taborda; ECONOMIA FEMINISTA E AS MULHERES CAMPONESAS, de Elisiane de Fátima Jahn, Geneci Ribeiro dos Santos e Sandra Marli da Rocha Rodrigues; ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, de Carmen Lorenzoni, Sandra Marli da Rocha Rodrigues e Sirley Ferreira dos Santos; DIVERSIDADE SEXUAL E HETEROSSEXUALIDADE: CONTRIBUIÇÕES PARA O FEMINISMO CAMPONÊS E POPULAR, de Angélica Lázaro da Cunha e Crísea Cristina Nascimento de Cristo; e A MÍSTICA FEMINISTA CAMPONESA E POPULAR NO MMC, de Adriana Maria Mezadri, Justina Inês Cima, Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto e Vanderléia Pulga.

 

Lançamento

 

O lançamento acontecerá em live, no dia 10 de fevereiro, a partir das 19h30, com transmissão pelas redes sociais do MMC (https://www.facebook.com/mmcnacional/ https://www.youtube.com/videosmmcbrasil), da Editora e Livraria Expressão Popular (https://www.facebook.com/ed.expressaopopular/https://www.youtube.com/user/expressaopopular) e de movimentos e entidades parceiras nas lutas.

 


 

Para saber mais

 

Livro:

 

Feminismo Camponês Popular: reflexões a partir de experiências do Movimento de Mulheres Camponesas

 

Sinopse:

 

         Este livro é resultado de um esforço coletivo de militantes pesquisadoras do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC). O livro tem como objetivo trazer alguns elementos teóricos, conceituais e políticos sobre o Feminismo Camponês Popular no MMC. Desta forma, os textos que o compõem trazem alguns elementos e concepções que foram sendo construídos a partir da organização, formação e lutas do Movimento, desde seu surgimento. Também procuram contemplar as diferentes realidades vivenciadas em todas as regiões do Brasil.

 

         De acordo com as organizadoras, “Ao ler o livro, será possível ouvirmos as vozes das mulheres camponesas de nosso país. Diferentemente do que tem ocorrido com os registros da história oficial escrita por ‘vencedores’, homens brancos, abastados e que negaram às mulheres, especialmente às camponesas, o direito de estudar e escrever sobre suas vidas e trajetórias. São 13 textos que trazem alguns elementos conceituais e teóricos, mostrando a face oculta e revelada da história das mulheres camponesas no MMC”.

 

         O livro Feminismo Camponês Popular: reflexões a partir de experiências do Movimento de Mulheres Camponesas é um material de formação que parte da trajetória histórica das mulheres que ousaram se organizar e lutar contra o sistema capitalista, patriarcal e racista. Por isso, contribui com o fortalecimento de toda forma de organização para avançar na resistência e no enfrentamento à discriminação, à opressão, à exploração e à violência. Uma obra voltada para estudantes, educadores e educadoras, trabalhadores e trabalhadoras, militantes sociais, que lutam por um mundo humano e justo que respeite todas as formas de vida, por meio de novas relações.

 

Organizadoras: Adriana Maria Mezadri, Justina Inês Cima, Noeli Walter Taborda, Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto, Zenaide Collet

 

Ficha técnica:
189 páginas
1ª edição, agosto de 2020
ISBN: 978-65-87389-02-8
Formato: 16 x 23
Preço: R$ 20
Outras Expressões

 


 

**Onde comprar:

 

*O livro Feminismo Camponês Popular: reflexões a partir de experiências do Movimento de Mulheres Camponesas pode ser adquirido pelo site da Editora e Livraria Expressão Popular:  https://www.expressaopopular.com.br/loja/produto/feminismo-campones-popular-reflexoes-a-partir-de-experiencias-no-movimento-de-mulheres-camponesas/

 

*O MMC também tem exemplares com as camponesas em cada Estado. Contatos pelas redes do Movimento:

 

https://www.facebook.com/mmcnacional

 

https://www.instagram.com/movimentodemulherescamponesas/

 

https://www.youtube.com/videosmmcbrasil

 

Livro apresenta o feminismo pelo viés camponês e popular

O Movimento de Mulheres Camponesas traz reflexões propostas por suas militantes em publicação do selo Outras Expressões

 

A editora Expressão Popular, através do selo Outras Expressões, publicou o livro “Feminismo camponês popular: reflexões a partir de experiências no Movimento de Mulheres Camponesas”. Trata-se de um material de formação que parte da trajetória histórica de mulheres que se organizaram para lutar contra o sistema capitalista, patriarcal e racista. A publicação busca contribuir com o fortalecimento de toda forma de organização para avançar na resistência e no enfrentamento à discriminação, à opressão, à exploração e à violência.

 

Noeli Welter Taborda, camponesa de Santa Catarina e integrante da direção nacional do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), destaca que o livro é elaborado, organizado e construído por camponesas, dirigentes e militantes que moram em diferentes locais do Brasil. “São mulheres camponesas que ousam escrever sobre a história e a construção dos mais de 37 anos de movimento, abordando temas como a luta das mulheres camponesas se tornando sujeitas de direitos, a questão das mulheres indígenas, a defesa dos territórios, as ligas camponesas, o antirracismo, a abordagem do feminismo camponês e popular, a questão da agricultura camponesa versus o agronegócio, a resistência das mulheres através da agroecologia, a relação com as sementes, a alimentação saudável, a divisão sexual do trabalho, a economia feminista, o enfrentamento à violência contra a mulher, a diversidade sexual e também a mística feminista, camponesa e popular que é presente no MMC.”

 

Resultado de um esforço que mobilizou pesquisadoras vinculadas à base do movimento, a publicação apresenta elementos teóricos, conceituais e políticos, sobre o Feminismo Camponês e Popular. Ao longo dos 13 textos que o compõe, o livro traz elementos e concepções que foram sendo construídos a partir da organização, formação e lutas do Movimento, desde seu surgimento, contemplando ainda as diferentes realidades vivenciadas em todas as regiões do Brasil.

 

Glaciane Pereira, camponesa do Mato Grosso do Sul, também dirigente do MMC, reflete acerca do livro e dos temas que ele evoca. “Escrever sobre a agricultura camponesa e sua relação com a vida das mulheres têm sido muito gratificante para nós, assim podemos trazer elementos de nossa própria realidade, daquilo que é vivido por nós mulheres do campo e ao mesmo tempo colocar esses elementos em debate para toda sociedade”, afirma. “Nós sabemos que o tema do Feminismo Camponês e Popular é um tema novo e que está em construção, o que exige que nós, mulheres camponesas organizadas, possamos dar a ele vida, conteúdo, identidade e movimento”, completou.

 

O processo de organização do livro também se deu de forma coletiva, contando com a participação de cinco dirigentes camponesas: Adriana Maria Mezadri, Justina Inês Cima, Noeli Welter Taborda, Sirlei Antoninha Kroth Gaspareto, Zenaide Collet. De acordo com as organizadoras, “ao ler o livro, será possível ouvirmos as vozes das mulheres camponesas de nosso país. Diferentemente do que tem ocorrido com os registros da história oficial escrita por ‘vencedores’, homens brancos, abastados e que negaram às mulheres, especialmente às camponesas, o direito de estudar e escrever sobre suas vidas e trajetórias”.

 

Itamara Almeida, camponesa e militante do MMC no Rio Grande do Norte, que escreveu artigo acerca da luta antirracista para o livro, a quatro mãos com Cleidineide Pereira de Jesus, que integra o MMC na Bahia, destaca: “Esse livro representa um bom acúmulo de nossas reflexões em torno do nosso feminismo, além de representar um esforço coletivo das camponesas de todo o país em se desafiar a escrever, em sistematizar da melhor forma as nossas experiências de luta, de organização, de reflexão em torno do que nós temos entendido e chamado de Feminismo Camponês e Popular”, explica a militante, destacando o espaço que a publicação abriu para debater o tema da diversidade étnica e racial.

 

“Feminismo camponês popular: reflexões a partir de experiências no Movimento de Mulheres Camponesas” é uma obra voltada para estudantes, educadores e educadoras, trabalhadores e trabalhadoras, militantes sociais, que lutam por um mundo humano e justo que respeite todas as formas de vida, por meio de novas relações.

 

A publicação já está disponível para comercialização no valor de R$ 20,00 no site da editora Expressão Popular, responsável pelo selo Outras Expressões, através do qual o livro foi publicado. O lançamento se dará através de evento online a ser transmitido pelo Facebook e Youtube do MMC e da editora no dia 10 de fevereiro, às 19h.

Movimiento de Mujeres Campesinas hace la Denuncia! El pueblo brasileño pasa hambre y Bolsonaro niega ayuda al Campesinado para producir alimentos

“El mareo del hambre es peor que el del alcohol.
El mareo del alcohol nos impulsa a cantar.
Pero el hambre nos hace temblar.
Me di cuenta de que es horrible tener solo aire en mi estómago”.
Carolina de Jesus

 

Nosotras, las mujeres campesinas queremos llamar la atención de la sociedad sobre lo que estamos pasando en nuestro país. No es nada nuevo para nadie que en Brasil haya una enorme desigualdad social y que lo mínimo de las exigencias sociales implantadas por los gobiernos progresistas llevaron a la construcción de un discurso de odio contra los pobres. Si alguien todavía creía que el racismo, el machismo y el elitismo al estilo brasileño eran cordiales, ahora ya no puede engañarse. La violencia se ha expresado cada día con más fuerza y ahora tiene una gran identificación entre estas pautas y las del gobierno federal.

 

Queremos denunciar el proyecto de muerte que aumenta el hambre en Brasil, día tras día. Antes de la llegada de la pandemia COVID-19 a nuestro país, el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE) ya presentaba una situación de expansión del hambre en Brasil que es muy preocupante. Los datos recopilados en 2017, 2018 y presentados en 2019 revelan que había 10,3 millones de personas sin acceso regular a alimentos básicos, 5% de las familias brasileñas en situación de inseguridad alimentaria severa, más de la mitad de estas familias estaban encabezadas por mujeres y viven en el Nordeste brasileño.

 

Cuando llegó la pandemia, los partidos de izquierda se articularon rápidamente con el objetivo de garantizar una ayuda para que las familias pudieran aislarse y no pasar hambre, el gobierno dijo que solo podía pagar R$ 200,00 reales, los partidos de izquierda propusieron R$ 1200,00 reales, el congreso aprobó R$ 500,00 reales y el gobierno pagó R$ 600,00 por tres meses y pronto lo redujo a la mitad. Esta acción fue muy importante y tuvo un impacto muy positivo en un país con tanta desigualdad social, pero sin incentivo a la producción y distribución de alimentos, sabíamos que habría escasez de alimentos y ciertamente los productos de la canasta básica brasileña serían muy caros. Quien hace de la comida un negocio y no una forma de vida como lo hacemos los campesinos y las campesinas, buscaría sacar provecho de este escenario.

 

En la búsqueda de alimentos para todos y todas, el campesinado brasileño realizó muchas acciones de solidaridad, pero conociendo los límites de esta acción, se organizó y los diversos movimientos sociales del campo, de los bosques y del agua redactaron un proyecto de Ley que tenía como objetivo se anticipar en las acciones frente al riesgo de escasez, altos precios de los alimentos y un hambre aún mayor. Una iniciativa ágil y muy importante, sin embargo, es necesario señalar que antes de que las mujeres de estos movimientos y los movimientos de mujeres ingresen al debate, no se consideró ninguna acción específica para las mujeres a pesar de que son las principales productoras de alimentos que van a la mesa del pueblo brasileño. Pero nosotras mujeres nos organizamos, evaluamos la propuesta y la expandimos, garantizando políticas públicas específicas para las mujeres y para los pueblos y comunidades tradicionales. Luchamos hasta el último momento para que la Ley dejara establecido que los recursos que destina, sólo deben ser disponibilizados para producir alimentos saludables.

 

El Proyecto de Ley (PL 735/2020), no se quedó como queríamos los campesinos, sin embargo presentó propuestas muy importantes para enfrentar esta crisis alimentaria provocada por el abandono de las políticas públicas orientadas a la agricultura familiar por parte del gobierno federal. La PL 735/2020 fue aprobada en la Cámara de Diputados y en el Senado Federal, pasó a ser Ley Assis Carvalho, (diputado que siempre luchó por la agricultura familiar, especialmente para la región Nordeste). instituyó que a los agricultores familiares en toda su diversidad (asentados/as; indígenas; quilombolas, fondos de pastoreo, extractivistas, pescadores, etc.) podían acceder a ayudas de emergencia que se otorgaban solo a quienes se encontraban en extrema pobreza o eran autónomos; promoción productiva para expandir la producción de alimentos y evitar escaseces en los mercados locales; concesión automática de la garantía de cultivo; Programa de Adquisición de Alimentos de emergencia para llevar los alimentos producidos a quienes más lo necesitan, apoyo específico a los agricultores, extensión, rebajas y suspensión de deudas y una línea de crédito de emergencia.

 

Sin embargo, Bolsonaro VETOU prácticamente todas estas disposiciones de la Ley, impidiendo ayudas a las familias campesinas y a la propia sociedad. Cuando escuchamos que la necropolítica era una política que, desde el neoliberalismo, puso vida al fondo de las demandas del Estado, no imaginamos que llegaríamos a lo que atraviesa Brasil hoy.

 

ES NECESARIO REPORTAR AL MUNDO ENTERO: El gobierno de Bolsonaro en un país con casi 200 mil muertes por COVID-19, con un aumento de la violencia contra las mujeres nunca antes visto, una situación de desempleo y subempleo que aumenta cada día, y con el regreso del hambre, de la cual aún no conocemos el tamaño, porque las agencias gubernamentales no presentan datos, IMPIDEN que campesinos y campesinos puedan incrementar su producción y logren contribuir a la reducción del hambre. IMPIDE que los indígenas y quilombolas estén protegidos y sus territorios se preserven.

 

Nosotras, campesinas organizados en el MMC, luchamos permanentemente por el derrocamiento de los vetos, ya que vetar acciones que potencien la producción de alimentos, aumentan el hambre. Vimos con preocupación, pero lamentablemente no con sorpresa, que el Congreso anula la Constitución brasileña y vota la Ley de Directrices Presupuestarias (LDO) para el próximo año, sin que se aprecien los vetos del presidente. Esta maniobra en sí misma ya es absurda, pero cuando en medio de estos vetos se encuentran políticas públicas que pueden expandir la producción de alimentos en un país que además de una pandemia de salud enfrenta un mal histórico que es el HAMBRE, el Congreso brasileño se vuelve cómplice y socio del gobierno de Bolsonaro en la financiación de la barbarie.

 

Luchamos constantemente por la construcción de la soberanía alimentaria, la agroecología, la libertad y la autonomía de las mujeres. Queremos hacer un llamado a toda la sociedad a sumarse a esta lucha. Ven con nosotras, porque cuando alguien pasa hambre ya se le ha negado todos los demás derechos y, puedes estar seguro, los que no pasan hambre también están amenazados.

 

#ElCongresoAnulaLosVetos735

#SinVetosSinHambre

#ParaElBrasilNoPasarHambre