04/11/2022 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
MMC participa de intercâmbio internacional no País Vasco

Dentre os dias 14 a 25 de outubro de 2022, o MMC participou, no País Vasco, das Jornadas sobre Feminismo Camponês Popular e intercâmbios agroecológicos com produtores e produtoras locais.

 

A atividade foi organizada pela Bizilur (Asociación para la Cooperación y el Desarrollo de los Pueblos), entidade aliada da Via Campesina Internacional. O MMC vem executando, junto desta entidade o projeto “Semillas de Resistencia: Feminismo Campesino y Popular en la construcción de la soberanía alimentaria en Brasil” – Convocatoria: DFB 2021, financiado pela Disputación de Biskaia.

 

 

No dia 18 de outubro, o MMC participou da mesa de abertura do Encontro sobre Feminismo Camponês Popular e nele relatou sobre como foi o processo das camponesas se assumirem feministas, tendo em vista que o MMC foi o primeiro movimento camponês a se definir como feminista.

 

Além das visitas e oficinas temáticas realizadas durante os dias, as delegações de mulheres camponesas da África, Ásia e América Latina tiveram momentos de falas públicas com a comunidade local.

 

 

Destes momentos, o MMC participou falando das políticas públicas para as mulheres e para a soberania alimentar no Brasil nos governos populares de Lula e Dilma e, após, sobre o desmonte das mesmas nos governos Temer e Bolsonaro.

 

As atividades foram realizadas no dia 19 de outubro na Casa das Defensoras no município de Basoa, e, no dia 21, no município de Orduña.

 

 

As agendas que envolveram o MMC enceraram em 25 de outubro com uma reunião com a Disputación de Biskaia, quando foi feito o relato da conjuntura brasileira, bem como sobre o andamento da execução do projeto que envolve as camponesas brasileiras.

 

Estar no País Vasco, com tanta diversidade de pessoas, de formas de fazer e de viver a agricultura familiar camponesa, foi uma imensa satisfação para o MMC. Com certeza a luta das camponesas se fortalece com a vivência nestes 10 dias de intensas atividades.

 

 

Comunicação MMC Brasil

Via Campesina Realiza II Seminário Diversidade Sexual E Identidade De Gênero

Entre 03 e 06/11, a Via Campesina Brasil realiza o II Seminário Diversidade Sexual e Identidade de Gênero, com o tema “LGBTI+ La Via Campesina: Colorindo territórios e semeando orgulho e resistência!”. Cerca de 70 participantes se reúnem na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), que acolhe militantes de movimentos do Brasil, mas também de mais 6 países da América Latina (México, Nicarágua, Colômbia, Peru, Paraguai e Argentina).

 

O objetivo principal é trazer o debate de qual a perspectiva de existência das LGBTI+ desde as lutas dos povos do campo, das florestas e das águas e seguir elaborando sobre diversidade sexual e identidade de gênero no campo, tendo como base a plataforma de luta da Via Campesina de defesa dos território, da terra, da água, da cultura, do feminismo camponês popular e da diversidade sexual. Pensando essas conexões, o intuito é fortalecer a existência das LGBTI+ desde seus territórios, conectadas à luta geral do campo.

 

É também uma oportunidade de troca de experiências e possibilidade de traçar ações enquanto continente, visto a participação ampla dos países latinoamericanos. É um processo de organização coletiva da Via Campesina, numa perspectiva de que a organização aponte a pauta LGBTI+ como uma das dimensões da luta camponesa. O Seminário deve aprovar um documento direcionado para a Via Campesina Internacional e à Coordenadoria Latino Americana de Organizações Camponesas (CLOC-Via).

 

“Afirmamos a pauta da diversidade sexual e de gênero no âmbito dessas organizações, que congregam centenas de movimentos populares de um amplo conjunto de países”, projeta Alessandro Mariano, da Direção Nacional do MST e do Coletivo LGBTI+ do Movimento. “As pessoas que vivem no campo também são diversas em etnias, raças, orientações sexuais, identidades de gênero, ou seja, há uma diversidade que a Via Campesina hoje acolhe, conectada com a diversidade de produção de alimentos saudáveis”, explica.

 

Nas palavras de Mariano, “estamos saindo de um ciclo, desde a eleição de Bolsonaro, em que a violência aumentou no campo mirando a população LGBTI+. Entre as dezenas de vítimas, pelo menos 6 militantes LGBTI+ camponesas foram assassinadas. Mas no campo há resistência: resistência contra o agro-hidro-mineral-negócio, mas também resistência contra a LGBTIfobia, o machismo, o patriarcado, contra todas as opressões e violências”, conclui.

 

A programação conta com palestras, rodas de conversa e saraus culturais e tem nomes de peso da luta LGBTI+, como a drag queen influencer Rita von Honty, a presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais e Transgêneros (ABGLT), Symmy Larrat, o membro da AIDS Healthcare Foundation Brasil Beto de Jesus, bem como Cony Gonzalez, da Conamuri/LVC e Gahela Tseneg, da Cari do Peru, além de várias lideranças dos movimentos populares participantes.

 

Participam do Seminário militantes LGBTI+ de movimentos populares como Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ), MST, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Pastoral da Juventude Rural (PJR), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento dos Atingidos pela Mineração (MAM), entre outros.