27/11/2022 - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas
Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher

 

👩🏽‍🌾📢 Neste 25 de novembro de 2022, Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, como camponesas organizadas no Movimento de Mulheres Camponesas (MMC Brasil), na Coordinadora Latinoamericana de Organizaciones del Campo La Vía Campesina e La Via Campesina/Via Campesina Brasil, exigimos a Soberania Alimentar, o direito à terra, o fim da criminalização e de todo tipo de violência nos campos, nas águas, nas florestas e nas cidades do mundo.

 

📢✊🏼✊🏿✊🏾✊Denunciamos como em tempos de crise alimentar, política, climática, social e econômica, as violências contra mulheres, crianças e diversidades se ampliam de forma alarmante! No Brasil, nos últimos anos, as violências contra as mulheres foram incentivadas por um desgoverno da morte e da destruição. Morrem muitas de nós todos os dias vítimas de feminicídios.

 

Nós, mulheres camponesas, enfrentamos o patriarcado, o machismo, o racismo, a LGBTfobia, o capitalismo, o agronegócio e seus venenos jogados contra a nossa forma de produção camponesa.

 

Mas não nos calamos! De cada região deste país, como as companheiras do Maranhão neste vídeo: DEFENDEMOS A SOBERANIA ALIMENTAR E NOSSOS TERRITÓRIOS, CONTRA A VIOLÊNCIA, OS DESPEJOS E O AGRONEGÓCIO!

📢👩🏽‍🌾 NA SOCIEDADE QUE A GENTE QUER, BASTA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!

SANGUE INDÍGENA LGBTI+, NENHUMA GOTA A MAIS! Nota de denúncia do assassinato de Cleijomar Vasques indígena LGBTI+ da Etnia Guarani Kaiowá

A Via Campesina Brasil manifesta sua profunda indignação e vem a público denunciar o assassinato de Cleijomar Rodrigues Vasques, jovem de 16 anos, Indígena LGBTI+ da etnia Guarani Kaiowá. Ele foi brutalmente assassinado num crime de ódio no dia 12 de Novembro de 2022, na Comunidade Indigena Limão Verde, no município de Amambai no Sul do Mato Grosso do Sul. Por ele ser assumidamente gay, seus assassinos o golpearam na cabeça e jogaram seu corpo na rodovia próximo à comunidade, buscando simular um acidente de trânsito.
O assassinato de Cleijomar, não é casual. Este ano houve, na mesma localidade, assassinatos similares de dois outros jovens indígenas:Timi Vilhalva e Gabriel Rodrigues também LGBTI+, apontando indícios de haver um grupo de pessoas perseguindo e ameaçando as LGBTI+ indígenas que residem nesta comunidade. Diante do contexto brasileiro onde só no ano passado houve, pelo menos, 316 mortes violentas de pessoas LGBTI+, segundo dados do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ 2022, é um desafio seguir garantindo a vida
desta população em seus territórios. Afirmamos aqui que não naturalizaremos a violência. Nossos povos têm diversidade, cor, raça e etnia e tem raízes!

 

Cleijomar, era uma liderança jovem Guarani Kaiowá, muito presente na luta pela retomada das terras indígenas de seu povo. Com sua energia e alegria, era participativo em sua comunidade. No auge de sua juventude, gostava de jogar bola, dançar e cursava o 1º ano do Ensino Médio, tendo o português como sua matéria preferida, que cujo aprendizado vinha aprimorando para cumprir o sonho de continuar os estudos. Relatos de seus amigos e parentes comovidos pela perda, afirmam que ele só queria ser feliz do jeito que é, vivendo e lutando junto de seu povo, com a garantia do direito ao território.

 

Nos solidarizamos com seus pais e suas cinco irmãs, e também com o povo Guarani Kaiowá, pois além das perdas de vidas indígenas na luta pelo território, perdem mais vidas para a LGBTfobia. Nos solidarizamos com as indígenas LGBTI+ que seguem ameaçadas neste território e pedimos às autoridades e órgãos de Direitos Humanos para acompanhar o caso, garantindo justiça pelo Cleijomar Vasques, para que seus assassinos não sigam impunes. Da mesma forma, que seja garantido que as demais indígenas LGBTI+ sigam vivas, construindo as diversas possibilidades em suas vidas a partir dos seus sonhos, sua cultura e ancestralidade.

 

Pela Vida das Indígenas LGBTI+ Guarani Kaiowá
LGBTI+ existem e resistem no campo: Basta de Violências! Basta de LGBTIfobia!