Nota de repúdio aos estupros no Brasil e no mundo - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

Notícia

Nota de repúdio aos estupros no Brasil e no mundo

O Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil vem se manifestar contra os estupros que rondam as MULHERES
A nossa luta é contra o patriarcado, colocado durante anos na cultura humana, onde a mulher é vista como propriedade do homem, onde o ato sexual é concebido para atender aos desejos de uma das partes envolvidas: a do homem! A nossa luta é contra a dominação da mulher pelo homem. Nenhum argumento nunca justificou, nem justifica, nem justificará um abuso sexual… Nenhuma mulher merece ser estuprada…

#NenhumaMulherMereceSerEstuprada
#NenhumaMulherPedePraSerEstuprada

O Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil vem se manifestar contra os estupros que rondam as MULHERES.

A nossa luta é contra o patriarcado, colocado durante anos na cultura humana, onde a mulher é vista como propriedade do homem, onde o ato sexual é concebido para atender aos desejos de uma das partes envolvidas: a do homem! A nossa luta é contra a dominação da mulher pelo homem.

Lutamos contra a hipocrisia social que vem sendo imposta, seja no plano moral religioso, seja na ideologia da sociedade patriarcal, que inferioriza a mulher e culpabiliza-a por ser mulher… Com relação ao estupro: ela é sempre vista como a culpada pelo que acontece, seja pela roupa que usava, pelo horário em que andava sozinha, pelas companhias, seja porque isso ou porque aquilo… Dói na alma ouvir as expressões: “Ela procurou, andava quase nua.”  “Se estive em casa com a Família isso não teria acontecido.” “Também só andava drogada.” Entre tantas outras tentativas de explicar um ato repulsivo que não se cabe qualquer explicação. Pois bem, sabemos que o estupro acontece com frequência nos lares mundo afora… com pessoas que estão sóbrias, ou com mulheres vestidas até de burcas… 

Nenhum argumento nunca justificou, nem justifica, nem justificará um abuso sexual… Nenhuma mulher merece ser estuprada…

Não justifica-se dizer que foi porque ela era hetera, lésbica, bi, ou trans. Que ela era da favela, do bairro nobre, ou que ela era pobre ou rica, não se justifica dizer que teve influência da raça: de ser índia, negra, branca, ou mestiça… A mulher não tem culpa de ser abusada, estuprada… Não importa que roupa ela usava no momento: curta, longa, ou se estava nua…

#NenhumaMulherMereceSerEstuprada.

A menina de 16 anos estuprada por 30 homens no RJ, não pode ser apenas mais um número nesse grupo de estáticas, A garota de 6 anos abusada dentro da escola em SP, também não… Não importa quantos foram. Foi estupro. Nesse momento sentimos uma mistura de revolta, repúdio e muito medo. Sentimos nossa alma sangrando de dor, peles mulheres que foram e pelas que são abusadas todos os dias no mundo.

Fazemos parte de uma sociedade “miserenta” que não consegue enxergar a real situação de que não é a mulher a culpada pelo estupro. Onde o senhor ministro recebe ator pornô para palpitar e planejar a educação de nossa nação. Onde loucos saem nas ruas pedindo intervenção militar. Onde o SUS está sendo extinto e se investem verbas públicas em empresas privadas.

Sentimos medo do amanhã nesse país, onde a mulher é vista como uma mercadoria de peito e bunda. Sentimos mais medo ainda pelo futuro das Crianças, das Mulheres e da Juventude… Por isso continuaremos na luta, pois sentimos medo sim, mas sentimos mais ainda vontade de vencer essas barreiras, de acabar com o estupro e acreditamos em uma sociedade livre de qualquer forma de opressão. Pois acreditamos que pra mudar a sociedade é preciso encarrar os medos e participar como mulher.

O Movimento de Mulheres Camponesas está em profunda solidariedade com esta jovem e sua família e em nome dela, a todas(os) que sofrem silenciosamente todo os dias esta dor, humilhação e sofrimento.
Na sociedade que a gente quer basta de violência contra a mulher.

MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS