MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS DO ACRE: 30 ANOS DE ORGANIZAÇÃO E LUTAS - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

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MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS DO ACRE: 30 ANOS DE ORGANIZAÇÃO E LUTAS

O MMC do Acre realizou no dia 05 de setembro de 2018, no Dia da Amazônia, o II Encontro Estadual de Mulheres Camponesas do Estado para celebrar 30 anos da trajetória do movimento, na cidade de Rio Branco, com a participação de cerca de 100 mulheres camponesas, de representantes do MMC Nacional (Rosangela Piovizani Cordeiro e Catiane Cinelli) e colaboradores da Ufac, do Ifac, do Incra e de secretarias do Governo do Estado.

Este evento propiciou uma retomada desta caminhada destacando as principais lutas e conquistas: campanha de documentação, lutas pelos direitos previdenciários, luta e implementação do bloco de nota da produtora rural, campanha de produção de alimentos saudáveis, projeto de agricultura camponesa agroecológica, feiras agroecológicas, combate e enfrentamento à violência contra as mulheres. Enfim, todas lutas constituem-se em práticas feministas em defesa da vida todos os dias.

Foram realizadas duas mesas redondas. A primeira sobre feminismo camponês e popular com a colaboração das companheiras Rosângela Piovizani e Catiane Cinelli do MMC Nacional e a outra sobre Agroecologia e Questões Ambientais na Amazônia com a participação dos professores Sebastião Elviro e Maria Ariádina Cidade Almeida da Ufac.

Desde a década de 1980 que as mulheres trabalhadoras rurais do Acre constituíram suas organizações específicas de lutas. Em 1997, criaram a Articulação Estadual de Mulheres Trabalhadoras Rurais. No início deste século, os grupos específicos de mulheres sentiram a necessidade de criar um movimento próprio. Assim nasceu o Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil (MMC) em um Congresso Nacional em março de 2004 em Brasília, DF, que se tornou uma nova personagem política no cenário brasileiro, na luta pelos direitos destas mulheres e na busca de construção de novas relações entre os seres humanos e destes com a natureza.
Em sintonia com a caminhada nacional os Grupos de Mulheres Autônomos que começaram sua organização em 1988 em vários ramais da BR 317, no município de Rio Branco e Senador Guiomard e que se expandiram para outros municípios como o Plácido de Castro e Bujari, constituíram o Movimento de Mulheres Camponesas do Acre no segundo semestre de 2004.        
       

O Movimento de Mulheres Camponesas é definido como “a soma de muitas identidades (quilombolas, indígenas, ribeirinhas, quebradeiras de coco, agricultoras, pescadoras artesanais…) que se unificam e se expressam na produção de alimentos saudáveis, nas relações de trabalho, na ação política e social, pela relação de respeito, apego e cuidado com a natureza e na luta pela libertação das mulheres e transformação da sociedade”. A principal luta do MMC é contra o modelo capitalista, patriarcal e racista e pela construção de uma nova sociedade com igualdade de direitos, assumindo como principal luta o Projeto Popular de Agricultura Camponesa Agroecológica, com uma prática feminista, fundamentada na defesa da vida, na mudança das relações entre os seres humanos e destes com a natureza, e na conquista de direitos.