Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e a Campanha Permanente contra o Uso de Agrotóxicos e pela Vida - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

Notícia

Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e a Campanha Permanente contra o Uso de Agrotóxicos e pela Vida

Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e a Campanha Permanente contra o Uso de Agrotóxicos e pela Vida

 

Por Laura (Juanita) Lyrio Gonçalves

 

Este desenho é uma pequena contribuição aos 21 dias de ativismo do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) pelo fim das violências contra as mulheres. Sabemos que esta jornada não é fácil, mas temos nossas maneiras de encantar a política rumo a novos vínculos e novas relações sociais sem desigualdades, sem exploração do trabalho das mulheres, sem expropriação de nossos corpos e territórios. 

 

 

Com um pouco de tinta aquarela, guache e canetinhas, colocadas no papel, podemos colorir uma de muitas imagens do nosso esperançar coletivo e comunitário: o retrato da participação popular que transforma a sociedade em direção ao projeto que queremos, um projeto popular em defesa da vida.

 

 

O feminismo camponês e popular também é tecido com arte, cultura e educação popular, inspirado pela agroecologia e por tantas bandeiras como a das sementes crioulas, da organização produtiva de alimentos saudáveis, da soberania alimentar dos povos, da unidade da classe trabalhadora e dos grupos sociais do campo e da cidade, entre outras. 

 

 

A participação política das mulheres dos movimentos sociais e povos do campo, florestas e águas é uma parte importante das lutas sociais por direitos e políticas públicas em defesa da dignidade humana e da vida em toda sua diversidade. 

 

 

Com nossa organização, formação e luta reivindicamos políticas públicas agrárias, agrícolas e sociais para o abastecimento alimentar e a superação da insegurança alimentar em todos os nossos territórios. Essa organização produtiva também gera renda e autonomia para as mulheres, fomentando caminhos de superação das situações de violência e de desigualdades que perpassam nossas comunidades. 

 

 

No Brasil, a Lei Maria da Penha, por exemplo, identifica que a violência doméstica contra as mulheres pode se expressar de modos diversos como violência física, psicológica, moral, patrimonial, sexual e devemos estar atentas e dialogando abertamente sobre todas elas, rompendo com seu aprofundamento cíclico. Nos últimos anos, aumentaram os casos de feminicídio, em que as preciosas vidas de muitas companheiras foram interrompidas pelo fato de serem mulheres e, portanto, suas vidas foram desconsideradas em igualdade de valor e direitos humanos. Por isso, a Lei do Feminicídio também foi uma conquista importante qualificando estes casos como hediondos.

 

 

Não menos importante, devemos lembrar que os grandes negócios do capital também violentam as mulheres, seus corpos e territórios, priorizando a acumulação de lucros privados ao invés do respeito à vida. Este é o caso do agronegócio e do uso de agrotóxicos, das barragens de mineração e dos empreendimentos de geração de energia hidrelétrica, por exemplo. Muitos incêndios, contaminações e grilagens ilegais de terras e biomas são empreendidas pelo capital, prejudicando principalmente os povos indígenas, quilombolas e demais comunidades tradicionais, além das comunidades camponesas e de agricultores familiares. Os impactos da violência do capital também são sentidos nas cidades, sobretudo, nas periferias urbanas, devido à poluição, contaminação, falta de acesso a alimentos sem venenos que geram adoecimento.   

 

 

A Campanha Permanente contra o Uso de Agrotóxicos e pela Vida é um exemplo de resistência e luta social contra a violência do capital sobre os corpos e territórios das mulheres dos movimentos sociais e povos do campo, florestas e águas e das áreas urbanas. Com cafés-da-manhã agroecológicos. Com rodas de conversas nas feiras, com panfletagens e mobilização popular, nós do Movimento de Mulheres Camponesas participamos desta campanha com muitas outras organizações e entidades, dizendo NÂO AO PACOTE DO VENENO (PL 1.459/2022), atualmente em tramitação no Senado e quer flexibilizar a fiscalização e liberação de agrotóxicos que fazem mal à nossa saúde e ao meio ambiente. 

 

 

E você, tem uma luta e uma Campanha da luta popular para contar para a gente? Compartilha com a gente as tuas experiências e vamos juntas em defesa da vida, todos os dias! Um carinhoso abraço!