As companheiras Adriana Mezadri e Maria Cavalcante, camponesas, integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas – MMC Brasil, somaram-se a cerca de 350 delegados e delegadas de 65 organizações camponesas, afrodescendentes e de povos indígenas de 23 países do Continente, na I Assembleia Continental da CLOC-Via Campesina, que aconteceu nos dias 17 a 22 de outubro de 2012, em Manágua/Nicarágua.
A Assembleia teve como finalidades reafirmar os compromissos do V Congresso, realizado em Quito (outubro de 2010), e analisar o atual contexto, reafirmar compromissos de luta e solidaridade com os povos que hoje sofrem a repressão e a violência com maior intensidade; além, de preparar a participação na VI Conferência Internacional da Via Campesina.
Adriana Mezadri destacou o trabalho das mulheres camponesas organizadas no Movimento de Mulheres Camponesas – Brasil nos três principais eixos de luta, quais sejam: pelo fim da violência contra as mulheres; pela construção de um novo projeto de agricultura agroecológico, visando a construção da soberania alimentar; e pela conquista e manutenção dos direitos relativos às mulheres.
Também frisou a realização do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas que irá acontecer de 18 a 21 de fevereiro de 2013, em Brasília/DF, onde são esperadas 3 mil mulheres camponesas para discutir as principais lutas do MMC e definir os rumos do movimento.
Dentre as conclusões da Assembleia destacam-se:
– o chamamento às organizações camponesas e populares da América Latina a reforçar os processos de luta e organização, avançando para a construção da sociedade digna e solidária.
– O avanço nas estratégias políticas e de luta para enfrentar os desafios presentes, consolidando nossa estrutura organizativa.
– Articular mobilizações permanentes e conjuntas em todos os níveis, para enfrentar os interesses das empresas multinacionais e seus mecanismos de controle, ao mesmo tempo em que buscamos construir um novo modelo de produção agrícola controlado pelos trabalhadores e camponeses e camponesas.
– Reforçar os vínculos entre a luta pela soberania alimentar e a defesa das sementes, da terra, da água e do território.
– Fortalecer a campanha pelo fim da violência contra as mulheres, cujo lema é “os camponeses e camponesas dizemos: Basta de Violência contra as Mulheres”.