CUT-DF recebe abertura do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

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CUT-DF recebe abertura do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas

Quase 90% dos alimentos que vão para a mesa dos brasileiros vêm da produção de pequenos agricultores, protagonizada pelas mulheres. Mesmo assim, este público, além de isolado e com extrema dificuldade de ser reconhecido como cidadão, é o último que consegue acessar políticas públicas. Para construir uma sociedade de fato, com a participação plena das mulheres, com direito iguais entre os gêneros, as mulheres do campo se organizaram e fundaram o MMC Brasil – Movimento de Mulheres Camponesas que, nessa terça-feira (16), realizou, na CUT-DF, a abertura do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil.

O Encontro, que será realizado até o dia 20 de novembro, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, tem como uma das principais atividades a mostra de produção das mulheres camponesas, que trabalha dois eixos centrais. Um deles mostra que nas mãos das mulheres camponesas do Brasil ainda se mantém a diversidade de produção, com variedades de sementes, de animais. Por isso, o eixo também trabalha a importância da Reforma Agrária e do desenvolvimento do campo com políticas públicas de acesso ao crédito, à assistência técnica e a consolidação da inserção de políticas de compras da produção.

O outro eixo trabalha o papel da mulher camponesa que, diante da sociedade capitalista e patriarcal, tem produção invisível. “Nessa sociedade capitalista, o que vale é o que vai para o mercado. Nós queremos dizer que essa invisibilidade tem que acabar. O trabalho e a produção das mulheres têm que ser reconhecidos como trabalho e como renda. Por isso essa grande mostra de produção”, explica a coordenadora nacional do MMC, Rosângela Piovizani.

Outro ponto forte do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil é a discussão sobre o poder da agricultura com os princípios da agroecologia, da defesa ambiental e a abordagem sobre a saúde pública. Para finalizar o evento, será realizada uma marcha no dia 20 de outubro, que também pedirá o fim da violência doméstica. “Dia 25 de novembro é o Dia Mundial de Combate à Violência Doméstica. Na sociedade que a gente quer construir, essa violência é uma praga que nós temos que combater e exterminar da sociedade”, avalia Rosângela Piovianzi. A concentração para a marcha será às 7h30, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. De lá, as mulheres seguirão em caminhada até o Congresso Nacional, pela Esplanada dos Ministérios.

Uma sociedade libertária depende da participação das mulheres

Durante a abertura do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas do Brasil, mulheres do campo, representantes do governo, dirigentes sindicais, membros mo MST e de outros movimentos sociais, feministas e outros atores da sociedade que lutam por direitos iguais entre os gêneros, relataram a importância da organização das mulheres, principalmente as que vivem no campo.

“As mulheres necessariamente têm que se organizar porque, assim, elas juntam forças para fazer o enfrentamento e a luta do dia a dia com contra o patriarcado, contra a sociedade machista e excludente. Então, somente com a organização das mulheres, elas conquistarão sua autonomia”, avalia a secretária de Mulheres da CUT-DF, Maria da Graça Sousa.

A coordenadora nacional do MMC também falou dos avanços do Movimento de Mulheres Camponesas que, para ela, tem como destaque o próprio avanço da organização do movimento de mulheres. “Hoje eu não sou aquela mulher agricultora que pensa para o seu dia a dia cozinhar e lavar roupa e tudo mais. Eu penso que, além disso, o meu papel é de uma dirigente no comando de uma organização para trabalhar a libertação das mulheres desse país”, relata.

O MMC

O Movimento de Mulheres Camponesas tem como missão a “libertação das mulheres trabalhadoras de qualquer opressão e discriminação”, onde as mulheres sejam protagonistas de sua história.

A consolidação do MMC foi realizada em março de 2004, com a realização do primeiro Congresso Nacional, que reuniu 1.400 mulheres. Dentre as principais pautas do Movimento estão a luta por políticas públicas mais justas para o campo; pela soberania alimentar; pela defesa, preservação e multiplicação da biodivesidade; pelo acesso à terra; pela geração de renda e autonomia das mulheres camponesas; por novas relações de gênero; pela valorização do trabalho desenvolvido pelas mulheres camponesas e contra todas as formas de violência.

Secretaria de Comunicação da CUT-DF