Mulheres da região sul seguem com atividades na Jornada Nacional de Lutas das Mulheres do Campo e da Cidade - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

Notícia

Mulheres da região sul seguem com atividades na Jornada Nacional de Lutas das Mulheres do Campo e da Cidade

8 de março de 2013

Ontem teve início a Jornada Nacional de Luta das Mulheres do Campo e da Cidade na região Sul promovida pelas mulheres da Via Campesina, Movimento dos Trabalhadores Desempregados e Levante Popular da Juventude.

Em Taquari, cerca de 600 mulheres do MST realizaram ocupação na empresa fabricante de agrotóxicos Milenia para denunciar a produção do veneno. Segundo as mulheres, no Brasil, a venda de agrotóxico nos últimos 10 anos ultrapassou os 190%. Cada brasileiro consome cerca de 5,2 litros de agrotóxico por ano através da alimentação.

Em Santa Cruz do Sul, cerca de 350 mulheres ligadas ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Conselho Municipal da Mulher e um grupo de catadoras da cidade realizaram atividades durante o dia. De manhã, as mulheres participaram de uma formação sobre a importância do dia 8 de março e sobre o tema da Jornada, violência contra a mulher em suas diversas perspectivas: violência cotidiana e também a violência sofrida através do modelo de desenvolvimento, baseado no uso de agrotóxicos. Depois, as mulheres realizaram um teatro sobre o machismo, opressão e violência.  

A tarde, as mulheres se uniram em marcha até o Fórum Municipal, com objetivo de reivindicar casas especializadas para os casos de violência contra a mulher. No momento, foi realizada uma homenagem às 15 mulheres mortas na região no último período. Após, a marcha se dirigiu ao Mc Donald’s para realizar um ato de protesto sobre a necessidade de soberania alimentar e de valorização da agricultura familiar no país.   A marcha foi concluída na praça central da cidade, com a entrega de 30 cestas básicas provenientes da agricultura familiar para famílias catadoras, como contraponto ao modelo de desenvolvimento representado pelo Mc Donald’s.

Em Porto Alegre, mulheres da Jornada acompanharam o julgamento para anular o parecer Técnico nº987 de 2007, que aprovou a liberação do milho geneticamente modificado Liberty Link, da empresa Bayer. O parecer, emitido pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio , descumpre a Lei de Biossegurança (art. 14.) e o Princípio da Precaução no que diz respeito à previsão de riscos à saúde da população e ao meio ambiente, além de não apresentar normas para análise de riscos e negar acesso a informações do processo administrativo de liberação comercial do milho. Apesar disso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região mudou a sentença da Vara Federal Ambiental de Curitiba que restringia a liberação comercial o milho transgênico. A decisão possibilita que a semente transgênica seja comercializada nas regiões Norte e Nordeste do país, onde atualmente há restrição. Entretanto, a sentença não tem eficácia imediata, uma vez que a divergência nos votos dos desembargadores possibilita novo julgamento pelo próprio TRF4.

Em Saltinho (SC), 180 mulheres camponesas integrantes do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), realizaram pela manhã estudo sobre a realidade das mulheres do campo, relacionando com os desafios para a agricultura camponesa e à tarde entregaram pauta de reivindicação na prefeitura municipal, onde incluem questões relativas aos entraves e proposições com relação comercialização da produção de alimentos.

No Estado de Santa Catarina, outras regiões estarão desenvolvendo atividades contemplando as pautas de debate sobre a questão da violência praticada contra as mulheres, produção de alimentos saudáveis, comercialização e geração de renda. As ações ocorrem entre os dias 06 e 15 de março de 2013.

A Jornada segue com atividades na região metropolitana no dia 8 de março.

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Fotos: Alex Garcia (Taquari) 

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