Aproximadamente 1500 mulheres estão reunidas no dia de hoje em Santa Catarina, debatendo os desafios da produção de alimentos saudáveis e também os desafios colocados para a comercialização destes produtos. Estas atividades fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres do Campo e da Cidade – 08 de Março.
Os municípios das treze regionais do estado onde o MMC está organizado estão fazendo atividades com momentos de debates sobre o tema e entrega de pauta de reivindicações para os governos municipais em relação a comercialização da produção dos alimentos produzidos pelas mulheres camponesas.
As experiências desenvolvidas pelas mulheres, organizadas no Movimento de Mulheres Camponesas, veem valorizando os conhecimentos populares e construindo o projeto de agricultura camponesa e agroecológico. Esse projeto busca a sustentabilidade social, econômica e ambiental, além de assumir a importante missão de produzir alimentos diversificados e saudáveis capazes de alimentar a crescente população mundial. Nesse sentido queremos continuar chamando atenção da sociedade para a importância do trabalho das mulheres camponesas.
O Dia Internacional da Mulher – 8 de março é um dia que marca a luta por emancipação das mulheres. Muitas mulheres já estão entendendo seu papel na sociedade, por isso se reúnem, estudam, reivindicam seus direitos, denunciam a exploração dos poderosos e a opressão patriarcal, propondo novas relações e mudanças na sociedade.
A Jornada Nacional acontece desde 2006 e congrega ações articuladas nacionalmente pelas mulheres dos movimentos do campo e da cidade. Ao longo desses anos, diversas ações foram protagonizadas pelas mulheres como forma de luta e resistência à opressão e à dominação que sofrem na esfera privada e pública pelo sistema machista e patriarcal. A Jornada aglutina as demandas das mulheres dos movimentos sociais através de ações conjuntas, que evidenciam as diversas formas de violência sofridas no cotidiano. Em 2013, o tema “Por vida e soberania alimentar, basta de violência contra a mulher” evidencia as diversas formas de violência contra as mulheres, como a violação dos direitos humanos, ausência de políticas para produção de alimentos saudáveis, ausência de uma política de moradia para o campo e para a cidade. A redução dessa violência, segundo as mulheres, passa pela produção de alimentos saudáveis, preservação das sementes crioulas, práticas agroecológicas sem agrotóxicos, a realização de uma reforma agrária e urbana que atenda aos interesses do povo brasileiro e mudanças estruturais nas relações entre as pessoas e destas com o meio ambiente.