CONCEIÇÃO PALUDO, PRESENTE!
Ontem, dia 03 de maio de 2023, compartilhamos de uma triste notícia, que é o falecimento de nossa companheira Conceição Paludo. Partiu deste plano terreno, aos 68 anos de idade, em decorrência de um câncer.
Para rememorar suas contribuições para o Movimento de Mulheres Camponesas, Conceição Paludo, participou do início da construção do então Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Rio Grande do Sul (MMTR RS). Foi militante de nosso Movimento e esteve sempre presente nos processos formativos das mulheres do campo, nas suas lutas e organização.
Ao longo da sua formação acadêmica, foi se firmando como uma educadora popular marxista e feminista. Como militante e com identidade de camponesa, ao mesmo tempo, em que trabalhava, estudava e construía a sua família, contribuía nos finais de semana e feriados, nos debates, análises políticas, nas lutas e na elaboração de materiais para estudo. Contribuiu na formulação e reflexão das diretrizes do processo de construção do MMC, entre 2002 e 2004, nos auxiliando com elementos para darmos esse importante passo em nossa história de unificação e consolidação do MMC Brasil.
Com fundamentação marxista e feminista nunca perdeu de vista a luta de classes e o feminismo. Foi uma das mulheres pioneiras na discussão da educação do campo e suas relações. Em conjunto com os Movimentos Populares do Campo construiu uma política e uma pedagogia para a formação no e do campo.
“Para caminhar rumo à emancipação, um dos aprendizados proporcionados pela luta das camponesas evidencia que não adianta só compreender com razão (inteligência) que se é dominada, discriminada e explorada, é preciso querer (vontade), apaixonar-se (emoção) e se inserir nos processos de forma efetiva (ação). É preciso, então, reeducar a subjetividade. A razão, a vontade, a emoção e a ação tem que estar integradas, buscar compor um todo coerente, enfrentando as contradições, num movimento de resistência, que forja e realimenta, permanentemente, um novo jeito de pensar, de ser e de agir” (PALUDO, 2009, p. 12).
Com esse aprendizado hoje nos despedimos, com muita tristeza, deste plano terreno, dessa valorosa companheira que tanto contribuiu para a construção do que somos hoje, enquanto Movimento de Mulheres Camponesas.
Nosso carinho e agradecimento público, a ti CUTI (por nós chamada e conhecida, com carinho e respeito) por tudo que contribuiu para a luta e organização das mulheres. Seu legado sempre será lembrado e por nós honrado.
Vá em paz querida companheira. Seguiremos por aqui, na luta e em luta!
Em nome das camponesas do Brasil, nossos profundos sentimentos aos familiares.