Companheiras do Movimento de Mulheres Camponesas de todo o país estão alertas em relação aos cuidados necessários e na luta em defesa do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), intensificando a reflexão sobre a importância das políticas públicas de saúde para nosso povo!
Temos visto vários decretos lançados para a suspensão de atividades e/ou fechamento de órgãos públicos e privados. Sabemos, no entanto, que a vida das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade não para. São milhares de mulheres que têm sua tripla jornada de trabalho sobrecarregada: trabalhadoras do campo, empregadas domésticas, cuidadoras de idosos e de crianças, garis, trabalhadoras por aplicativos, agentes de saúde, entre outras profissões que continuam tendo que ir ao seu local de trabalho mesmo em situações de emergência de saúde pública. Mulheres que garantem o sustento de suas famílias, mas que convivem diariamente com o medo de perderem seus empregos, diante da precarização do trabalho em tempos de crise do capital.
É por isso que medidas como a quarentena – uma das principais medidas de proteção recomendadas por organizações de saúde – não são suficientes para garantir a saúde e a segurança da classe trabalhadora. No campo e na cidade, o povo trabalhador mais fragilizado e exposto ao cotidiano de luta pela sobrevivência, principalmente em um momento de precarização das leis trabalhistas, assim como as populações mais vulneráveis, TÊM O DIREITO do atendimento no SUS e ainda mais em um momento como o que vivemos! A luta pelo SUS também é nossa, companheiras, um sistema público, universal e de qualidade para que todas as mulheres do campo e da cidade tenham acesso.
Defendemos, portanto, o imediato descongelamento dos recursos para a Saúde represados pela Emenda Constitucional 95, a conhecida "EMENDA DO TETO DE GASTOS", o que representaria um aporte de cerca de R$ 21 bilhões ao SUS!
Também cobramos ações governamentais que olhem as populações periféricas, com a ampliação das construções de unidades médicas que estão paralisadas. É investindo em saúde que se combate uma pandemia. É preciso também lutar por condições dignas de trabalho, contra a hegemonia do capital que domina nosso país privatizando lucros e socializando perdas.
Pelo direito à uma alimentação saudável
Nós, camponesas que trabalhamos cotidianamente a proposta de um mundo com ALIMENTO SAUDÁVEL e SAÚDE para todas as pessoas, com a AGROECOLOGIA COMO MODO DE VIDA E SOCIEDADE, pautando o bem viver das pessoas entre si e com a natureza, enfatizamos neste momento que nossa luta se torna ainda mais forte!
Reforçamos, enquanto camponesas, a importância dos cuidados e ensinamentos tradicionais de uma alimentação saudável, com frutas e legumes, sempre que possível, além de chás que trazem o poder das ervas medicinais na prevenção de gripes e resfriados. Também reforçamos a importância dos cuidados básicos com a saúde que vão desde lavar as mãos com frequência, evitar de tocar a região dos olhos, boca e nariz, cobrir a boca e nariz ao espirrar, evitar aglomerações, entre outras.
Não entremos em pânico, companheiras. CUIDAR DE SI É CUIDAR DA OUTRA E DO OUTRO. E CUIDAR DA OUTRA E DO OUTRO É CUIDAR DE NÓS!