Jornada Nacional de Luta das Mulheres do Campo e da Cidade no RS segue com atividades pela tarde - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

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Jornada Nacional de Luta das Mulheres do Campo e da Cidade no RS segue com atividades pela tarde

Em Porto Alegre, as mulheres participam do Julgamento para anulação do parecer de aprovação do milho geneticamente modificado Liberty Link, da Bayer. Em Santa Cruz do Sul, marcha de denúncia será realizada no centro da cidade.

Após ocupar a empresa Milenia Agrociências na manhã de hoje, as mulheres da Via Campesina, MTD e Levante Popular da Juventude acompanham a partir das 13h em Porto Alegre o julgamento para anular o parecer Técnico nº 987 de 2007, que aprovou a liberação do milho geneticamente modificado Liberty Link, da empresa Bayer. O parecer, emitido pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio , descumpre a Lei de Biossegurança (art. 14.) e o Princípio da Precaução no que diz respeito à previsão de riscos à saúde da população e ao meio ambiente, além de não apresentar normas para análise de riscos e negar acesso a informações do processo administrativo de liberação comercial do milho.

Segundo Fernando Prioste, assessor jurídico da Terra de Direitos que fará sustentação oral no julgamento em nome das entidades proponentes da ACP, a decisão da Justiça Federal coloca em jogo a seriedade dos estudos da CTNBio: “A liberação dessa variedade de milho foi feita em desacordo com regras básicas da lei, pois não foram feitos estudos de avaliação de risco do transgênico no Brasil, entre eles a possibilidade de indução de câncer. Outro ponto a ser debatido é a obrigatoriedade da CTNBio responder a questões feitas por especialistas e pela sociedade civil em audiência pública”

Ainda na tarde de hoje (06) em Santa Cruz do Sul, cerca de 400 mulheres ligadas ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Conselho Municipal da Mulher, Escola Família Agrícola e Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) realizam uma marcha no centro da cidade. A ação visa denunciar a violência praticada contra as mulheres e reivindicar o direito à produção d alimentos saudáveis, em um modelo de agricultura que preserve o meio ambiente, livre de transgênicos e das monoculturas de exportação.

Estas ações que seguem até o dia 08 de março de 2013, fazem parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres do Campo e da Cidade, organizada no Rio Grande do Sul, pelas Mulheres da Via Campesina, Levante Popular da Juventude e Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD). Esta Jornada está ocorrendo também em outros Estados como Brasília, Bahia, Mato Grosso, Acre, Santa Catarina e Paraná, onde as mulheres denunciam a violência e a utilização de agrotóxicos na produção de alimentos.

Segundo as militantes, no Brasil a venda de agrotóxico nos últimos 10 anos ultrapassou os 190%, ainda que cada brasileiro consome cerca de 5,2 litros de agrotóxico por ano através da alimentação. Estes mesmos dados informam que as propriedades com mais de 100 hectares são as que mais utilizam defensivos na produção de alimentos.