O Movimento de Mulheres Camponesas – MMC, é desde sua origem uma construção intergeracional, ao mesmo tempo que tínhamos lideranças com mais idade, tínhamos também lideranças jovens, como foi a companheira Loiva e muitas outras que ainda muito jovens já assumiram papeis políticos importantes na construção desse Movimento, atuando na organização, formação e lutas com o olhar de mulheres jovens. A discussão do papel das jovens na luta do MMC e articulação com La Via Campesina e outros movimentos do campo e da cidade vem se fortalecendo partir do início dos anos 2000. Alguns estados realizaram diversos debates, seminários, encontros a partir das jovens, como resultado dessa construção apresentamos uma cartilha elaborada em 2006. Confira aqui nossa cartilha.

A luta das jovens camponesas sempre foi um destaque do MMC, como a pauta da educação do campo que levou muitas a acessar os estudos em diversos níveis (técnico e superior), seja no Brasil ou em parcerias fora do país, conquistas da luta popular. A formação política também sempre foi uma prioridade de nosso Movimento e com a participação das jovens organizadas, tem possibilitado avançar em vários debates, que mobiliza a juventude feminista camponesa popular, contribuindo para o movimento enfrentar pautas que apareciam apenas de forma lateral.

O MMC organizou nesses últimos anos processos de fortalecimento da auto-organização das jovens que tiveram como momentos chaves dois encontros a nível nacional: O I Encontro Nacional das Jovens Camponesas, em 2014, no qual debateram o tema: MMC, Feminismo, Saúde e Sexualidade das jovens camponesas, durante o encontro ficou evidente a intencionalidade de fortalecer um processo de ampliação da participação das jovens, gerando inúmeros frutos, sendo que os estados também começaram a apontar jovens que foram assumindo com outras companheiras as lideranças locais, tendo a pauta de juventude como linha de atuação.

Em 2019, aconteceu o II Encontro Nacional, cujo tema: O papel da juventude nos movimentos sociais e nas lutas históricas da classe trabalhadora, no qual as jovens aprofundaram sobre o Feminismo Camponês Popular, entender como funciona a sociedade, a partir do debate de classe, gênero e raça/etnia e novamente o tema da sexualidade apareceu como importante. Realizou-se um cine debate sobre diversidade sexual onde foi possível colocar a vivência enquanto LBTI+, no todo da organização. Esse foi um momento forte de socialização coletiva que influenciou na criação de um coletivo nacional de luta LBTI+ do MMC. Conheça a carta do II Encontro Nacional das Jovens do Movimento de Mulheres Camponesas.

Estes processos foram como sementes que brotaram e se multiplicaram dando frutos de fortalecimento do MMC, da luta feminista camponesa popular.