As mulheres LBTI+ também constroem o Feminismo Camponês Popular
Na construção do Feminismo Camponês Popular, que busca ser a expressão da história e luta construídas e vivenciadas pela diversidade de mulheres do campo, das águas e das florestas, mulheres com as mais diferentes orientações sexuais e expressões de gênero: lésbicas, bissexuais, pansexuais, travestis, transexuais, mulheres diversas estão juntas. Mulheres que pautam a liberdade e autonomia como marcas de suas existências, o que perpassa pela libertação da classe trabalhadora, que acreditam e constroem um projeto popular para o campo em articulação com a cidade. Projeto esse com novas/os sujeitas/os e novas relações baseadas em um projeto de agricultura camponesa, que é agroecológica e feminista, sem violência e que produz alimentos saudáveis, de qualidade e diversificados, anticapitalista, antirracista, contrária à LGBTIfobia e antipatriarcal.
É urgente e necessário para nossa organização a transformação das relações humanas e também da relação destes com a natureza, onde a agroecologia é uma das ferramentas de luta essencial pelo fim de todas as formas de opressão. Onde a emancipação humana, além de preconizar a superação da sociedade de classes, abarca o ter direito de amar e viver as diversas formas de como a sexualidade e afetividades se apresentam. Sendo assim, é fundamental que as lutas pela liberdade e diversidade sexual sejam pautas de ordem da classe trabalhadora.
Avançar na compreensão das existências LGBTI+ é desconstruir o que a estrutura capitalista e patriarcal determina. Nossa luta feminista camponesa popular deve buscar emancipar, libertar, acolher, confortar, organizar, e, neste processo, não deixar nenhum corpo no caminho. Sendo assim, é preciso denunciar as várias violências a que nós mulheres somos submetidas, dentre elas a lesbofobia, bifobia, a transfobia, o feminicídio, que atingem os corpos de mulheres que são diariamente punidas e mortas na luta camponesa.
É uma luta unitária, sejam mulheres heterossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais, nossas lutas convergem na ruptura do capitalismo, patriarcado e racismo que dominam, exploram e aniquilam nossos corpos. O enfrentamento à LGBTIfobia deve ser um desafio diário, encarado por todas as pessoas que buscam a construção de uma sociedade mais justa, pois quem luta por uma sociedade socialista, por um projeto popular não pode fazê-lo sem encampar a bandeira da libertação sexual, pela liberdade de ser, sentir e expressar.
O feminicídio, racismo e a LGBTIfobia têm o ódio e a aversão como elementos fundamentais para o extermínio da diversidade. Por isso, travando a luta conjunta, forjando novas/os sujeitas/os políticas/os no processo da organização feminista camponesa e popular avançaremos como parte da classe trabalhadora na compreensão da diversidade sexual e de gênero como parte desta luta, fortalecendo a busca pela democracia e liberdade, o direito de amar e viver sem medo de existir, sonhar e produzir. Assim, reafirmamos que “Com Feminismo, construímos Socialismo!”.
Clique aqui para ler a íntegra da cartilha produzida pelo coletivo LGBTI+ do MMC.
LGBTIfobia é crime. Denuncie!
Números de disque-denúncia
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180
Polícia Militar – Ligue 190
SAMU – Ligue 192