LUTADORAS DO POVO! - MMC - Movimento de Mulheres Camponesas

Notícia

LUTADORAS DO POVO!

PORQUE LUTAMOS?

Sobre a condição de ser mulher negra no Brasil é necessário apontarmos que:

  • 58,86% das mulheres vítimas de violência doméstica.

(Balanço do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher/2015)

  • 53,6% das vítimas de mortalidade materna.

(SIM/Ministério da Saúde/2015)

  • 65,9% das vítimas de violência obstétrica.

(Cadernos de Saúde Pública 30/2014/Fiocruz)

  • 68,8% das mulheres mortas por agressão.

(Diagnóstico dos homicídios no Brasil – Ministério da Justiça/2015)

  • As negras têm duas vezes mais chances de serem assassinadas que as brancas.

(Taxa de homicídios por agressão: 3,2/100 mil entre brancas e 7,2 entre negras – Diagnóstico dos homicídios no Brasil. Ministério da Justiça/2015)

  • Entre 2003 e 2013, houve uma queda de 9,8% no total de homicídios de mulheres brancas, enquanto os homicídios de negras aumentaram 54,2%

(Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil (Flacso, OPAS-OMS, ONU Mulheres, SPM/2015)

O dia 20 de novembro é para nós do Movimento de Mulheres Camponesas uma data de celebrar a resistência negra. Dia de ressignificar a história do nosso povo lutador, dia de lembrar Zumbi dos Palmares que dá origem a esta data e, sobretudo de lembrar nossas guerreiras que lutaram contra a escravidão: Dandara dos Palmares (liderança do Quilombo Palmares), Acotirene, (matriarca do Quilombo dos Palmares), Tereza de Benguela (líder do Quilombo de Quarterê ou do Piolho – Mato Grosso), Zeferina (líder no Quilombo do Urubu – Bahia), Maria Felipe de Oliveira (líder na Ilha de Itaparica – Bahia), Adelina Charuteira (uma das líderes no Maranhão), Rainha Tereza do Quariterê (guerreira no Quilombo do Quariterê – Cuiabá), Maria Firmina dos Reis (Considerada primeira romancista do Brasil), Maria Aranha (líder do Quilombo de Mola – Tocantins) e tantas outras lutadoras do povo que foram silenciadas da história. E

No atual contexto de ofensiva Capitalista, patriarcal e racista, que a retirada de direitos que o golpista do Temer, serviçal do imperialismo, tem implementado coloca em risco nossas vidas. É necessário refletirmos sobre a condição que vive a população negra, especialmente das mulheres negras que tem acesso aos trabalhos mais precários e marginalizados, seremos as mais atingidas com a Reforma Trabalhista que entrou em vigor no dia 11 deste mês, é importante lembrar que se passar a Reforma da Previdência morreremos sem nos aposentar.   

 Um outro grande retrocesso para a povo negro brasileiro é a CPI do INCRA e da FUNAI, que objetiva criminalizar técnicos, antropólogos e lutadoras e lutadores do povo, para com isso colocar em xeque tanto as conquista já garantidas como as possibilidades de avanço, no reconhecimento e nas demarcações de terra.  Hoje é importante demarcar, só haverá libertação da escravidão quando o povo negro tiver terra.

Nesse sentido, é necessário demarcar o dia 20 de novembro como um dia de luta, de resistência e de enfrentamento ao Racismo, ao Patriarcado e ao Capitalismo. Assim como também celebrar nossa ancestralidade, nossos quilombos, a preservação de nossos territórios, de nossos costumes, crenças, cultura, culinária. 

 

 

DANDARA,

PRESENTE, PRESENTE, PRESENTE!