Companheiras do MMC em Alagoas estiveram reunidas em Rio Largo nos dias 21 e 22 de novembro para o III Seminário Estadual de Feminismo Camponês Popular de Alagoas. O seminário teve como tema geral “Camponesas em defesa da mãe terra e contra os impactos climáticos”. Com uma programação diversa e rica de saberes, sabores e mística, a mesa de abertura em grande plenária teve o tema “Conjunturas contra a fome e justiça climática e de gênero”, com potentes falas de companheiras: Graça Alves da Comissão Pastoral da Terra, Prof. Drª Alice  Araújo da Faculdade de Nutrição da UFAL, Luana Silva do Instituto Jarede Viana,  Andréia Albuquerque do Levante Feminista, Crísea Cristo Técnica do IFAL e militante do MMC, Elida Miranda do PT e Lucilene Santos do MMC, elas reforçaram o comprometimento para com a organização coletiva em busca de nossos direitos, em especial contra os retrocessos destes últimos quatro anos, que afetaram principalmente os mais pobres e mulheres.

 

 

Para as camponesas e apoiadoras que estiveram nesse momento fica a mensagem de que o olhar agora é com o futuro e a esperança de ser mais gentil, sem deixar de lutar pelo bem estar coletivo. Assim como reforçou a mediadora da mesa e plantonista de saúde Edclaudia “Seguiremos em luta até que todas tenhamos nossos direitos garantidos, comida no prato, educação e saúde para todas, todos e todes!”

 

 

Bom ressaltar que durante os dois de toda a organização, o seminário trabalhou os temas em grandes espaços tanto em formatos de plenária como em rodas de conversas com as mulheres e jovens presentes. Os mesmos temas também foram abordados na linguagem das crianças no espaço de ciranda infantil, e essas sempre apresentavam seus trabalhos na grande plenária para as mulheres.

 

 

Ainda falando da programação do dia 21, aconteceram vários espaços de partilha alimentar, todos maravilhosos e feitos por meio da produção camponesa das mulheres.

 

 

Também aconteceu no seminário o espaço de mostra da produção Feminista Camponesa Popular com o tema da “Lama ao florescer”, momento de partilha de saberes e uma verdadeira socialização de nossas vivências por meio da diversidade de nossa Mãe Terra.

 

Os espaços de conversas estavam lindos e sempre com participações que nos fortalecem na caminhada, como a mesa “Diversidade humana e de sementes: o cuidado com a mãe terra, alimentação e autocuidado são urgentes”. Uma mesa com tema tão importante e que foi conduzido por Isis Florescer, ela que é mulher trans , escritora, poeta e artista alagoana. Nesse espaço também participou a companheira Sônia Malaquias trazendo a importância da Campanha Nacional de Sementes Crioulas e correlacionado essa diversidade produção com nossa diversidade humana. “Foi um espaço de grande importância, pois precisamos conhecer mais para quebrar nossos preconceitos”, reforçou a companheira Maria Rita, que é da coordenação do movimento em Alagoas.

 

 

Outro espaço que aconteceu na tarde do dia 21 foi a roda de conversa que teve como pauta da “A agroecologia e luta antirracista”, com subtema: “Menstruação, menopausa e saúde da mulher”. Esse espaço foi conduzido pelas companheiras Maria Cavalcante, Maria Rita e Franciele Alves. Um momento onde se falou sobre os tabus da sociedade o enfrentaremos e combate ao racismo e sobre o nosso corpo de seres mulheres dentro das estruturas de uma sociedade patriarcal, machista e racista. Nesse espaço cada companheira recebeu 2 absorventes de pano feitos pelas próprias companheiras da mesa reforçando que o autocuidado começa com atitudes simples com nosso corpo.

 

 

Além de todos esses espaços riquíssimos em partilhas, aconteceram espaços alternativos de natação, yoga e teatro no final da tarde.

 

 

À noite teve cinema cultural com vídeos de nossas apoiadoras de luta com Vanessa Pugliese da CESE, Vanessa Purper do Fundo Casa Socialambiental e amigas de lutas Luisa e Paixão, para finalizar o dia 21, aconteceu um excelente jantar e cultural com participação do cantor Nando Cazzú, ele que é homen trans e já acanpanha a luta do MMC Alagoas faz alguns anos, assim, terminar um dia cheio com musicalidade, respeito a diversidade e muita alegria.

 

 

 

 

E o dia 22 foi tão lindo quanto! Continuou tendo muita Mística, teve roda e oficina de produção de sabão caseiro, argila para o cuidado com a pele do rosto, oricuterapia e zumba. Pela manhã também teve mesa de trabalho sobre “Violência contra as mulheres e como buscar apoio e proteção para enfrentar o patriarcado e o machismo”, com a soldada Rafaela da Patrulha Maria da Penha, de Maceió. Foi um importante momento também de escuta das dores silenciadas das companheiras. O III seminário caminhou para fechamento com avaliação e carta compromisso coletiva. As companheiras enfatizam que foi lindo de ver, vivenciar e estar.

 

 

Seguem os planejando e construções para os próximos períodos. Agora mais fortalecidas na esperança, pois, como diz a canção de Vitória Paixão, que embalou o encontro: “mulheres alagoanas são de luta esperança e paz” .

 

 

Rumo ao IV encontro!!!

 

Escrito por: Edcleide da Rocha Silva e Rafaela Amaral

Revisão de Adriane Canan

Fotos de: Edcleide, Crísea Crísto, Arlla katarine e José Marcos Silva