A luta das mulheres camponesas em defesa da vida está essencialmente ligada à produção agroecológica de alimentos diversificados. A organização da Mostra da Produção das mulheres camponesas expõe a beleza, a diversidade da produção das mulheres camponesas.
Para Tanoné, que vive na reserva indígena Bananal Noroeste no Distrito Federal, a participação na Mostra é importante não apenas pela comercialização dos produtos, mas principalmente pelo debate em defesa dos direitos das mulheres.
“Não estamos aqui apenas para vender. Estamos aqui para debater os direitos das mulheres, os direitos de todos os povos. Como mulher indígena, afirmo que, também tem violência contra a mulher nas aldeias, temos que discutir em conjunto para acabar com isso”, ressalta.
A Mostra reúne uma imensa diversidade de produtos oriundos de diversas regiões do país e deixa perceptível a felicidade das mulheres em expor o fruto do seu trabalho. Vera Lúcia Martins que mora no Assentamento Sul Bonito no município de Itaquiraí, em Mato Grosso, comenta que “é uma felicidade imensa participar pela primeira vez de um espaço como esse. Principalmente por que é uma forma das mulheres conhecerem e discutirem sobre seus direitos”.
A participação da mulher na produção de alimentos saudáveis deve ser valorizada. Por isso a Mostra está atrelada a defesa e fortalecimentos dos direitos de forma ampla. Segundo a agricultora Zilda Pereira do Assentamento das Marrecas no município de Palmas de Monte Alto na Bahia “participar de um espaço como esse tem uma importância muito grande. Por que aqui vemos que nós mulheres temos muitos direitos que não são cumpridos e que é necessário fortalecer a luta por esses direitos”, afirma.
A produção diversificada que está exposta na Mostra, é oriunda de diversos locais do país. São mulheres quilombolas, camponesas, atingidas por barragens, ribeirinhas e indígenas que transformam seu trabalho em uma forma de resistência contra a opressão. A indígena Elisabeth Maia do município de Manacapuru no Amazonas ressalta que “é importante participar desses espaços, é a primeira vez que venho, e sinto que a luta pelos direitos das mulheres é mais do que necessário, por isso vamos continuar lutando”.