No Rio Grande Norte, organizações do campo que integram a Via Campesina, emitem nota de repúdio ao clima privatização da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, que tem sido construído, pelo Tribunal de Justiça/RN e o Governador Robson Farias (PSD) e se solidarizam com servidores, docentes e estudantes, apontando sua função social como inquestionável.
Tendo como plano de fundo um cenário de golpe parlamentar, jurídico e midiático, os movimentos se posicionam que a estratégia do projeto de sociedade, tem que manter os direitos fundamentais como a educação pública como horizonte, e que a educação não é “gasto”, nem mercadoria.
“Muitos dos mais de 15 (quinze) mil estudantes dessa instituição são filhos e filhas de camponesas e camponeses, muitos dessa juventude faz parte da primeira geração da família que teve acesso ao ensino superior e essa é uma conquista da qual não podemos abrir mão”, destaca a nota.
EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA, VIA CAMPESINA/RN EM DEFESA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
Nós, organizações do campo, da Via Campesina do Rio Grande do Norte, vem a público se posicionar e repudiar a proposta de privatização da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), feita na última segunda-feira (31/10) pelo presidente do Tribunal de Justiça/RN, pelo Desembargador Cláudio Santos, proposta essa que vem sendo apresentada por vários outros aliados do governador Robinson Faria.
Compreendemos, que essa ação não é isolada, mas faz parte do atual cenário político composto por um Governo Federal ilegítimo, fruto de um golpe parlamentar, jurídico e midiático contra a classe trabalhadora e sua corja de vendidos ao grande capital internacional, se ratificando com propostas como esta de privatizações de patrimônios públicos, que serão cada vez mais recorrentes e surgirão aos montes em todos os estados sob desculpas falaciosas de controle de “gastos”, mas que na verdade são propostas para suprimir direitos, tendo em vista que o dinheiro para empresas, para bancos e outros capitalistas são mantidos intactos.
A Via Campesina do RN, entende que medidas como esta só podem ser compreendidas num contexto de golpe que tem por interesse desonerar a responsabilidade do estado em ofertar educação pública, gratuita e de qualidade, às camadas mais empobrecidas, papel esse, que a UERN vem cumprindo: o de formar filhas e filhos da classe trabalhadora, em especial àqueles que vivem nos interiores do estado, regiões majoritariamente, semiárida, aonde a educação historicamente é negada.
Muitos dos mais de 15 (quinze) mil estudantes dessa instituição são filhos e filhas de camponesas e camponeses, muitos dessa juventude faz parte da primeira geração da família que teve acesso ao ensino superior e essa é uma conquista da qual não podemos abrir mão.
Nesse sentido, reconhecemos sua função social como inquestionável, entendemos que a saída para a crise no RN e no Brasil é atacar os reais responsáveis pela crise, é investir mais na educação pública e de qualidade, é melhorar as condições precárias das instalações da UERN, é possibilitar condições dignas de trabalho as servidoras e servidores, direitos fundamentais, consagrados na nossa Constituição Federal de 1998. Precisamos na verdade ampliar os cursos da UERN, mais cursos e mais vagas, pois o RN precisa de mais pessoas qualificadas para o trabalho e para o exercício da cidadania. Portanto, nos posicionamos na defesa da UERN, em defesa da luta das e dos docentes, técnicas, técnicos, das e dos estudantes que compõe esta Universidade e a disposição para as lutas.
PARA UM ESTADO MELHOR DE VIVER, EDUCAÇÃO DO ESTADO É DEVER!
EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA!
NENHUM DIREITO A MENOS!